agosto 26, 2012
Cadê sua Fração?
Plebe Rude no Circo. Em vez de ser um bailão, sempre que a roda de pogação começava a se animar, o Seabra mudava o tempo, fazia uma base e começava a reclamar que não fazia sucesso porque não se vendia (velho ressentido, se divertiu tanto na vida e tá putinho por não ser um megastar), falava com a plateia e essas coisas chatas todas. A Tuca se esbaldou, mas eu e o Zé achamos com cara de Acústico MTV - aqueles caras que depois de velhos aprendem a tocar e querem mostrar. Como bem disse o meu amigo cineasta, "depois de velho, todo mundo vira o The Police". Fecharam como deveria ter sido todo o show, uma versão visceral e direta de Sex Pistols.
agosto 16, 2012
O Poema Bipolar
Playground e balões e começo de noite
Primeiro aniversário do filho de minha prima
Andando um pouco se chega à escada e as paredes
Estão nuas
E sem balões
No canto dos olhos, na fresta da visão,
no limiar do que se enxerga sob a luz
Sombras de outras eras passam,
Rápidas demais, indetectadas, inobservadas
Ignoradas por todos os outros
Um homem comenta comigo sobre travestis e homossexualidade
E que ele jamais seria homossexual porque tem pêlos, muitos pêlos
É tudo genética, ele explica, por isso travestis são lisinhos
(Eles não se depilam?)
Pergunto se todos os índios são gays
E ele diz que índios são diferentes
Miles Davis e Gil Evans e o concerto de Aranjuez
Somos todos profissionais aqui
Pais, mães e avós e tios
E perto da escada tudo permanece vazio
Sombras passam nas frestas, nas brechas
Nos cantos dos envolventes sorrisos quentes
Um amigo meu que morreu de overdose dois anos atrás
Passa incólume e indiferente como sempre
frente a essa gente
Os balões estouram
E as crianças devem se assustar
Mas os pais, os pais todos riem
Uma jovem de belos seios tira um deles para amamentar
Somos todos profissionais aqui
Economistas neoliberais de botequim explicam
A incerteza e a prisão do cooperativismo
Eleitores de Lula culpam os tucanos de tudo
Tudo posto assim em preto e branco
As sombras que passam são negras
E ao caminhar em direção à luz você encontra seus parentes mortos
A verdade, afinal, qual é a verdade?
Abracem-me, dúvidas, destruam meus profundos conhecimentos
Faça-me gargalhar
(para espanto geral)
Com o teatro de fantoches
Pelo qual o pai pagou tão caro
Distraia-me dos belos seios da mãe amamentando
(Será que ela não queria chamar a atenção de ninguém)
Perto da escada
Fumando um cigarro
Uma última moça de blusa e saia curte o cigarro
(Não se deve fumar perto de tanta criança)
Ela sorri quando eu chego perto
Como uma amiga minha internada
Que também não me reconhece
Mas sempre sorri feliz quando chego
Não falo nada
Meu amigo morto de overdose já teria puxado conversa
Ela se vai
Sombra luminosa em paredes sem balões
(Como já as outras vão ficando enquanto vão estourando)
Advogada e poetisa,
Minha prima explica depois
Uma história triste, você não ouviu?
O pai largou a mãe, a mãe ligou o gás
Com ela e a irmã em casa
Mas mudou de idéia ao ver as filhas vomitando
Que ela vote no PSDB
Que ela coma nos restaurantes indicados pelo RioShow
E veja filmes búlgaros que o bonequinhos aplaudiu de pé
Pode fingir gostar de filmes que pessoas inteligentes gostam
Pode fingir apreciar jazz e Marisa Monte e Miles Davis e Gil Evans
Porque ela talvez ao fim
Até goste
Ela já esteve lá
Ela já viu nem que fosse por um momento
Ela já esteve lá
Ela já esteve aqui
Comigo
Comigo
Comigo
Na fronteira da sensação de impotência
E onipotência
Onde na periferia da visão as sombras caminham em um
fugidio instante de tempo
Como nós vivemos
num fugidio instante do tempo
Escapulindo por uma ampulheta grão por grão
Uma ampulheta de amplo busto e quadris
E fina cintura
Como ela
Bafejando a fumaça do cigarro
E mais balões estouram ao som de risadas
Fugindo do tempo
Primeiro aniversário do filho de minha prima
Andando um pouco se chega à escada e as paredes
Estão nuas
E sem balões
No canto dos olhos, na fresta da visão,
no limiar do que se enxerga sob a luz
Sombras de outras eras passam,
Rápidas demais, indetectadas, inobservadas
Ignoradas por todos os outros
Um homem comenta comigo sobre travestis e homossexualidade
E que ele jamais seria homossexual porque tem pêlos, muitos pêlos
É tudo genética, ele explica, por isso travestis são lisinhos
(Eles não se depilam?)
Pergunto se todos os índios são gays
E ele diz que índios são diferentes
Miles Davis e Gil Evans e o concerto de Aranjuez
Somos todos profissionais aqui
Pais, mães e avós e tios
E perto da escada tudo permanece vazio
Sombras passam nas frestas, nas brechas
Nos cantos dos envolventes sorrisos quentes
Um amigo meu que morreu de overdose dois anos atrás
Passa incólume e indiferente como sempre
frente a essa gente
Os balões estouram
E as crianças devem se assustar
Mas os pais, os pais todos riem
Uma jovem de belos seios tira um deles para amamentar
Somos todos profissionais aqui
Economistas neoliberais de botequim explicam
A incerteza e a prisão do cooperativismo
Eleitores de Lula culpam os tucanos de tudo
Tudo posto assim em preto e branco
As sombras que passam são negras
E ao caminhar em direção à luz você encontra seus parentes mortos
A verdade, afinal, qual é a verdade?
Abracem-me, dúvidas, destruam meus profundos conhecimentos
Faça-me gargalhar
(para espanto geral)
Com o teatro de fantoches
Pelo qual o pai pagou tão caro
Distraia-me dos belos seios da mãe amamentando
(Será que ela não queria chamar a atenção de ninguém)
Perto da escada
Fumando um cigarro
Uma última moça de blusa e saia curte o cigarro
(Não se deve fumar perto de tanta criança)
Ela sorri quando eu chego perto
Como uma amiga minha internada
Que também não me reconhece
Mas sempre sorri feliz quando chego
Não falo nada
Meu amigo morto de overdose já teria puxado conversa
Ela se vai
Sombra luminosa em paredes sem balões
(Como já as outras vão ficando enquanto vão estourando)
Advogada e poetisa,
Minha prima explica depois
Uma história triste, você não ouviu?
O pai largou a mãe, a mãe ligou o gás
Com ela e a irmã em casa
Mas mudou de idéia ao ver as filhas vomitando
Que ela vote no PSDB
Que ela coma nos restaurantes indicados pelo RioShow
E veja filmes búlgaros que o bonequinhos aplaudiu de pé
Pode fingir gostar de filmes que pessoas inteligentes gostam
Pode fingir apreciar jazz e Marisa Monte e Miles Davis e Gil Evans
Porque ela talvez ao fim
Até goste
Ela já esteve lá
Ela já viu nem que fosse por um momento
Ela já esteve lá
Ela já esteve aqui
Comigo
Comigo
Comigo
Na fronteira da sensação de impotência
E onipotência
Onde na periferia da visão as sombras caminham em um
fugidio instante de tempo
Como nós vivemos
num fugidio instante do tempo
Escapulindo por uma ampulheta grão por grão
Uma ampulheta de amplo busto e quadris
E fina cintura
Como ela
Bafejando a fumaça do cigarro
E mais balões estouram ao som de risadas
Fugindo do tempo
agosto 05, 2012
Mais Zé do Caixão em Love & Rockets
Os irmãos Hernandez gostam mesmo dele. A possivelmente melhor história em quadrinhos dos anos 80/90 o homenageia mostrando uma cena de "À Meia-noite Levarei Tua Alma".
agosto 02, 2012
Os Autores Favoritos de Love & Rockets
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