abril 09, 2019

Como o Alpinismo de Autoestima Está nos Levando ao Fascismo

O nosso novo educador já processou um aluno porque numa discussão de Whatsapp que ele integrava, o discente falou pra pararem com a "briguinha de casal". E perdeu. O engraçado é que ele é um sujeito com estudo, formado, imagino que bem sucedido no mercado financeiro. Mas é careca e precisa que Olavo mostre a ele que numa discussão acirrada se deve... ofender o interlocutor! Pra alguém precisar mostrar esse caminho das pedras pra ele nessa idade, ele devia ser o nerd que não pegava ninguém. O nosso diplomata faz um discurso em várias línguas e no mais patético cabotinismo, declara que não fala basco arcaico, ou aramaico, ou sei lá o que ele disse. Ambos têm boa formação cultural, ainda assim idolatram o Olavo e acreditam em teorias estapafúrdias e ideias sem pé nem cabeça. Por que tão baixa autoestima intelectual - e no geral? 
Serão todos eles nerds que pegavam bem menos gente do que gostariam? (Lembrem-se que os incels idolatram o Inominável). Será que seus valores neoliberais e conservadores não lhes dava a paz de espírito apregoada em sitcoms americanas dos anos 50 e 60? 
Sun Tzu já dizia que um dos grandes indicadores de quem seriam os vencedores de uma guerra era saber o lado que tinha o motivo mais justo. Mesmo numa guerra, uma coisa tão cínica e cruel, isso faz diferença na cultura humana. Esse governo está cheio de intelectuais conservadores criados para viver nos anos 50, sem perceber as desigualdades culturais, sexuais e raciais. Parece aquela série do MadMen, um bando de gente vivendo uma vida aparentemente feliz, mas vazia (como nossas postagens no Facebook), à beira da contracultura devido a essa crise existencial. E o Inominável deu a eles um monte de slogans e frases pra justificar seus valores - e, principalmente sua infelicidade: os comunistas (!!!!). Outro dia eu disse que em 1964 estávamos no meio de uma revolução cultural e de costumes, numa recessão depois de anos de urbanização e crescimento econômico, que criou uma nova classe média. Também tinha aquele novo e revolucionário meio de comunicação que as crianças entendiam bem melhor do que os adultos, a televisão. E, com a Revolução Sexual batendo na porta, essa classe média foi defender os cabaços das filhas. Hoje em dia, olhando retrospectivamente, um Caetano Veloso pregando culto ao corpo, odara e só amor e amizade provavelmente fez muito mais pra derrubar os milicos que aquelas músicas de protesto todas. A ditadura caiu na mesma época em que a sociedade aceitou que homem que casava com mulher que não era virgem não era um macho beta com tendências a ser corno. Resta ver quanto tempo vamos levar pra descobrirem que ter mulher, gay, pansexual ou qualquer outro ser humano na família também é legal e não faz dos pais um bando de otários e manés.

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