Outro dia postei aqui a frase de Joseph Conrad, "vivemos como sonhamos - sozinhos". Pois, se o que está em http://news.yahoo.com/s/afp/20081211/sc_afp/sciencejapanbrainoffbeat_081211052641 não for uma pegadinha de Natal, nipojapas chefiados por um tal Iuquiasu Camitani conseguiram pela primeira vez captar imagens diretamente do cérebro de alguém. Isso deixa o mundo bem mais perto do futuro de Strange Days (Estranhos Prazeres) e começa a abrir caminho para se fazer o download de toda a memória de alguém para um computador, uma velha idéia da ficção científica.
Seria essa a concretização da idéia de imortalidade humana? Mas o que aconteceria com a personalidade sem um corpo? Sem vontade de viver, sem desejo, sem emoções? A consciência permaneceria ou, sem objetivos além de jogos puramente intelectuais, dissolver-se-ia no universo e descobriria, como Buda, que é o desejo, motivado pelo corpo, que é o que gera a individualidade, que nos separa da percepção de completa integração à totalidade?
E será que arquivar as memórias de uma pessoa iria reconstituir sua consciência? Ou apenas criaria uma outra, que rapidamente se esgotaria sem um corpo para motivar seus desejos, inclusive o de viver?
E, outra coisa muito importante: quanto valeria a mente criativa de alguém, capaz de imaginar um filme inteiro sem o dispendioso processo da filmagem?
Esse pode ser o mais revolucionário avanço da humanidade desde que James Watt aperfeiçoou o motor a vapor e mecanizou o mundo, encurtando as distâncias e criando a produção em massa.
dezembro 14, 2008
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