5.O Vortex (Zardoz, de John Boorman)
No futuro, a ciência consegue descobrir a imortalidade. Os cientistas então se fecham numa comunidade regulada pelo computador central para tentar desvelar o enigma do Universo e, após uma eternidade, fracassam e passam outra eternidade sem ter nada o que fazer e incapazes de morrer, pois o Vortex está programado para reconstruí-los. Numa trama porralôca e psicodélica, bem ao gosto da época (1973), o bárbaro Sean Connery é subrepticiamente alfabetizado e educado para que tente se infiltrar no Vortex e destruí-lo, trazendo de volta a libertação da morte e o sentido da vida.
4.O Computador Central (Alphaville, de Godard)
O computador controla a cidade e a vida de todos os cidadãos, consequentemente tolhendo-os de iniciativa e criatividade. Os habitantes parecem felizes, mas um personagem se indaga se milhões de anos antes as formigas e os cupins não teriam tido seus artistas e escritores, antes de construírem suas sociedades perfeitas. Lémy Caution, uma espécie de Phillip Marlowe francês, é trazido de sua série de filmes noir, com o intérprete original e tudo, pra nesta ficção científica da nouvelle vague, desafiar o cérebro eletrônico com jogos de palavras e poesias, artifício tão legal que depois seria chupado em Jornada nas Estrelas, The Monkees, desenhos da Hanna Barbera e muito mais, logo virando um clichê.
3.Hal (2001, de Stanley Kubrick)
Este todo mundo conhece. O olho vermelho com a fala mansa que não hesita em matar toda a tripulação para manter a missão e ainda se desculpa quando diz a Dave que não pode abrir a comporta. Mas ele paga por seus pecados sendo lobotomizado, com uma das mais famosas súplicas da tela luminosa (“Dave, stop... stop, Dave) e Dave segue em seu caminho para tornar-se um semideus, renascendo no espaço como um feto em órbita.
2.Colossus (Colossus)
Esqueci no momento o nome do diretor de Colossus 1980: Project Forbin, mas vocês podem checar no IMDB se quiserem. Um cientista cria um computador para controlar todo o sistema de defesa americano. Ele no entanto percebe que seu único igual no mundo é sua contraparte russa e os dois se aliam para controlar a humanidade. Numa das melhores cenas, o cientista russo que criou o monstro é assassinado por agentes russos mesmo, quando conversava com colegas para pensar numa solução, chantageado pelo cérebro eletrônico que ameaçava liberar umas ogivinhas nucleares.
1.O computador central Krell de Altair IV (Planeta Proibido, de Larry Wilcox)
Os avançadíssimos Krell desapareceram todos num único dia – pior que os dinossauros. Como herança, um computador central que ocupa todo o interior do planeta... e é capaz, como se descobre depois, de concretizar desejos. Os Krell só não sabiam que a interface telepática iria captar também os desejos subconscientes de morte, vingança e destruição e numa única noite toda a raça foi massacrada. O mesmo por pouco não acontece com uns terráqueos depois que um capitão estelar intempestivamente come a filha de um cientista (sempre os cientistas...), únicos sobreviventes da colônia humana do planeta, mas felizmente o resto do bando de militares positivistas estava por perto para corrigir tudo. O enredo parece saído de Jornada nas Estrelas, mas na verdade foi Jornada nas Estrelas que saiu desse filme, como confessou o criador da série original, Gene Roddenberry. O melhor filme de ficção científica dos anos 50 e um dos melhores de todos os tempos.
E, na posição extra:
O computador da bomba de Dark Star, de John Carpenter
Um bando de lixeiros espaciais entediados ativa sem querer a bomba que carregam pra explodir refugos e asteróides imprestáveis e, seguindo o conselho do cadáver congelado de seu ex-capitão (não pergunte), tenta impedi-la de explodir discutindo fenomenologia com ela. O pior é que conseguem convencer a bomba a dar um tempo e aprender um pouco mais sobre si mesma antes de explodir, e se explodir por um erro não seria o desperdício de uma consciência, mas eles são tão manés que vivem ativando-a sem querer, até que ela chega à conclusão de que precisa assumir sua identidade de bomba explodindo e destrói a nave e todos os personagens. Uma interessante porraloquice de estreia pra Carpenter, que depois se tornaria um ícone do terror B, com fitas bem mais inteligentes do que seus congêneres – Halloween, Christine, O Enigma de Outro Mundo...
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