abril 30, 2012

Minha Página Logo Publicada em O GLOBO

Aí em cima, a página Logo que eu fiz e saiu no Segundo Caderno d'O Globo neste domingo. Clique na imagem pra ampliar. Como hoje em dia tem uns navegadores que diminuem o tamanho das fotos, se você não conseguir ler o texto, ele está aqui embaixo:


Século XXI. É preciso falar, a todo custo, a língua do mercado. Grupos de estudo e mindsharings posicionam os porta-vozes para disseminar a cultura do gerenciamento, que se capilariza no sentido de monetizar todos os gargalos. É preciso consensar antes de estar tar, e quem não mudar logo o drive
arrisca entrar numa bad vibe organizacional.   Resistir é inútil, e esses monstrengos vocabulares, cheios de delírios de empoderamento, acabam violando a paz do cotidiano e chegando à boca da tulipa do chope, contaminando o colarinho.   Para os pobres amantes do bom colóquio, não há saída. A não ser que, inspirado no São Jorge, algum herói vindo do nada, vestido com as roupas e armas de Camões, Bocage e outros luminares da última flor do Lácio, tomasse as dores dos lusófonos e investisse indomável e célere num verdadeiro hostile takeover.   Pensando nessa invasão por vezes intolerável, o escritor, jornalista, poeta, nerd, roteirista, dramaturgo, cinéfilo e funcionário público LUIZ HENRIQUES NETO , codinome Urubu, providenciou um brainstorm de emergência e anotou em seu flipchar uma solução lírica: um pequeno poema épico narrando a odisseia desse herói retórico que tenta, como um Quixote luso, lutar contra os moinhos que trazem ao dia a dia os ventos tediosos da novilíngua corporativa. (Arnaldo Bloch)

DESTRADUZINDO O CORPORATIVÊS
Um poema épico de Luiz Henriques Neto, o Urubu

Como um porta-voz das diretrizes 
Ele chegou com seu profile de alfa cultural 
Com sua voz possante e multimídia 
Fez sua declaração de missão: 
Ouvira falar de nosso case 
E nosso tirânico governor 
Então em crowdsourcing lhe contamos 
Sobre os hit-and-miss da besta 
Que à vista de nossos sofrimentos 
Ria-se como se ouvisse 
Uma doomed stand-up comedy
Nosso powerpoint fez seu mindset 
E ele jurou elevar nossa moral 
Com uma permanente mudança de cultura 
E encaminhou-se rumo ao nicho da besta 
ASAP 

Mas eis que antes do main course 
Era necessário um brunch 
Os temidos partners da besta 
Avançaram de seu loft 
Como um blockbuster: 
Eram os mortos-vivos headhunters 
Dispostos a fazer um mindsharing 
Com os cérebros de quem encontrassem 
No meio de seu roadmap 
Eles avançaram 
Como despesas sobre um budget 
Mas frente ao núcleo duro do herói 
Sua dinâmica de grupo em nada valeu 
Com sua espada ele semeou 
Seus cérebros num brainstorm 
E inertes eles tombaram 
Incapazes de pensar fora da caixa 
Frente ao fail de sua equipe 
O líder enfim apareceu 
Cavalgando em estouvado desafio: 
“Não será um start-up como tu 
A abocanhar meu market share 
O meu nicho é pequeno demais para dois players 
E minhas armas agregam um valor premium 
Contra teus pobres e parcos resources” 

“Pois comigo”, respondeu o challenger 
“Carrego as armas 
E os barões assinalados 
Que da ocidental praia lusitana 
Partiram inda além da Taprobana!” 
“Desiste!”, retrucou o governor 
“Não encontrarás posicionamento 
Neste segmento! 
Eu sou o teu worst case scenario! 
O venture capitalist, o CEO, o CIO 
O co-founder e o boss!” 
“Expressa-te através de incultas 
Produções da mocidade 
Note dos males a sua imensidade! 
Eu venho terminar tua agonia 
Morre, não penes mais, ó desgraçado!” 
E assim dizendo, como um heavy user 
Lançou-se o herói firing on all cylinders 
A besta, incapaz de enredá-lo em seu plot 
Pivotava em torno dele 
Tentando na luta se empoderar 
Já o herói continuava 
Seu verdadeiro workshop 
Rindo-se da inútil mass production 
De golpes do manager 
A besta então em cólera atacou 
Como um cool hunter mirando um trendsetter 
Mas numa réplica fashion e cool 
O herói antecipou-se 
Numa rápida curva de aprendizado 
A besta tentou um recall 
Mas o herói aproveitou o momento 
E cravou um violento input 
Com sua espada repleta de sharpness e wit 
Caído o vilão, 
Num plot point inesperado, 
Rogou a seu role model: 
“És um cavaleiro diferenciado 
— percebo-o agora —, um ultimate fighter 
Quem és tu que me faz colapsar 
Como se fora um tsunami?” 
“Tsunami, não”, redarguiu o herói. 
“Pois o que atingiu Lisboa 
No século XVIII 
Foi um MAREMOTO!” 
A besta guinchou como se atingida 
Pela mais insana das fatalities 
Seus tie-ins em puro shrinking 
Seu sangue em violento spread 
“Ainda há tempo”, o governor implorou, 
“Façamos um merging! 
Nossa joint-venture reinaria suprema 
E a sinergia ampliaria minha timeline” 
Mas o herói ignorou esses wake-up calls 
Era hora da pós-produção 
E com um uppercut da espada 
Para sempre quebrou o paradigma 
Num output de sangue e vísceras 
Naquela noite organizamos uma rave 
Com DJs, clubbers, rappers, todos celebrando 
Em um verdadeiro mega halloween 
Era o fim de um ciclo e devíamos 
Somente no futuro focar 
Pois já angel investors prometiam 
O mais belo crowdfunding que já se vira 
E, na calada daquela noite, o herói, 
Seus serviços requeridos em outsourcing, 
Sem que ninguém visse seguiu em sua roadmap 
Uma vez terminado seu job 
E nunca sequer soubemos o seu branding 
Mas durante quarters e quarters a fio 
Os publishers disseminariam 
Em verso, prosa, folders e flyers 
Todos os seus muitos — e vastos — features!

abril 26, 2012

Domingooooo... eu vou ao jornaleeeeeirooooo...

... vou comprar o Globo porque vai sair texto meu no Segundo Cadernooooo...

abril 25, 2012

Vendedores de Praia em Boca Chica

 Uma tradição que está se perdendo aqui no Rio

 O vendedor de coco e seu concorrente. É bicicleta contra carrinho de mão!!!!

A iguaria que mais sucesso fazia na praia - o literal pastel de vento. Uma enorme massa circular de pastel, frita sem recheio. E a galera se fartava.

O Filógelo


Um milionário está andando de carro pela cidade quando vê um sujeito muito parecido com ele. A semelhança é tão gritante que ele pede para o motorista parar, salta e vai falar com o seu sósia. De perto é ainda mais impressionante, o vivente realmente é a sua cara. O rico homem então não resiste e pergunta, “desculpe-me, amigo, mas por acaso a sua mãe não trabalhou na mansão dos Souza Jardim?”, ao que o outro responde, “não, minha mãe nunca trabalhou fora, mas olha que coincidência, meu pai trabalhou lá”.

Certo, não é a piada mais engraçada do mundo e nem está particularmente bem contada. Mas foi considerada boa o suficiente para, no final dos anos 70, entrar nas antologias do Pasquim, uma coletânea de clássicos do gênero que fez muito sucesso em sua época. Como era de se esperar - e era até uma das propostas da coleção - várias das anedotas eram conhecidas e velhas. Mas esta é mais velha ainda do que provavelmente qualquer dos leitores imaginava - há registros de que ela já era conhecida na Roma antiga, com o imperador Augusto no papel do rico homem - e, mais surpreendentemente ainda, o próprio césar tolerava que ela fosse contada na sua frente e ainda se dava ao trabalho de esboçar um constrangido sorriso. Ou eis aí uma  prova de que os antigos já tinham um bom senso de humor ou ele já tinha ideia do que o HBO faria com a reputação de sua mãe na minissérie “Roma”.

Mas provavelmente esse senso de humor foi importado junto com boa parte da cultura dos gregos. Os romanos não mostraram tanto fair play no século III a.C., quando tentavam resolver diplomaticamente suas diferenças com a colônia helênica de Tarento. Durante a negociação os tarentinos caíram na gargalhada com os enviados especiais italianos (1), que saíram soltando fumacinha e jurando vingança. As fontes divergem sobre o motivo da hilariedade, alguns dizendo que era o horroroso sotaque do grego de Postumius, o chefe da delegação (2) e outras que era a pomposidade da toga, que os diplomatas resolveram usar para parecerem mais solenes aos olhos daqueles estrangeiros.

Portanto, em havendo humor, ainda mais xenófobo, étnico e de baixaria, como nos exemplos acima, as chances de haver antologias de piadas são grandes. Tanto que sobreviveu até os dias atuais uma dessas, o Filógelo, literalmente “o amigo do riso”. Fontes bizantinas indicam que era o tipo de coisa que você levava para ler no barbeiro, o que mostra que certos hábitos que tomamos por modernos são absurdamente mais antigos do que se pensa.

O Filógelo teria sido escrito (compilado?) por Héracles e Filágrio (quem???) no terceiro ou quarto século de nossa era. Contém 265 piadas catalogadas por assuntos - estudantes, intelectuais, tolos e esposas (que inesperado). O mais impressionante é - pelo menos nas traduções para o inglês disponíveis na Web - a sua semelhança com as piadas da Playboy ou do Reader’s Digest, não só no humor como na narrativa.

Entre as piadas recolhidas no Filógelo, despontam temas (e punchlines) clássicos explorados até hoje por humoristas ditos modernos. Por exemplo, um homem chega para outro e diz que possuiu a mulher dele. O marido traído responde, “eu sou o marido dela e tenho deveres conjugais. Qual é a sua desculpa?”. Em outra, um vivente procura o médico reclamando que sempre acorda se sentindo muito mal e só melhora depois de meia hora, ao que o esculápio responde, “então passe a acordar meia hora mais tarde”. Um jovem pergunta à sua núbil esposa, “devemos jantar ou ter sexo?”, e a noivinha responde, “você escolhe, mas não tem nada para comer em casa”.

Também já eram comuns as piadas sobre gente muito idiota. Se culturalmente, com o fim da grande migração de portugueses vindo para cá em busca de fortuna, os nossos personagens clássicos mudaram de lusos para louras burras, parece que a pele da Grécia eram os sidonianos (abderianos e kimiamos também partilham dessa honraria). Eis alguns exemplos:

- Três advogados estão conversando. O primeiro fala que ovelhas não deveriam ser mortas, pois fornecem leite e lã. O segundo diz que as vacas não deveriam ser abatidas, pois dão leite e puxam os arados. O sidoniano então comenta que não se deveria nunca matar porcos, pois deles tiramos o presunto, o lombo e a bexiga.

- O paciente de um médico sidoniano morre e, durante o enterro, o filho do falecido começa a passar mal. O esculápio então oferece seus serviços: “Por cinco mil dracmas posso tratá-lo como tratei seu pai”.

Entre outras piadas surpreendentemente modernas, está a do sujeito que pede a um amigo que vá ao mercado e compre para ele duas escravas de quinze anos. “Sem problema”, responde o camarada. “Se eu não encontrar, eu trago uma de trinta”. Ou a do vivente que vai reclamar do homem que lhe vendeu um escravo que ele havia morrido. “Ele nunca fez isso enquanto esteve comigo”, responde o vendedor (3).

O mais curioso é que esta nem de longe é a mais antiga antologia de piadas de que se tem notícia. Cronistas relatam que Filipe II, o pai de Alexandre, o Grande (e, segundo alguns estudiosos, o verdadeiro grande governante da Macedônia) já havia encomendado uma, no século IV ANTES DE CRISTO (!!!!!!). Por isto, da próxima vez em que um humorista dito moderno tentar chocar as sensibilidades fazendo piadas com mulheres feias, casamentos falidos ou afins, não acredite que ele está tentando renovar o humor com o politicamente incorreto. Postumius já sofria isso na pele. E os tarentinos depois se arrependeram.

Você pode encontrar todo o Filógelo, traduzido pelo professor William Berg, de graça aqui.

(1) E provavelmente foi daí que veio aquela famosa cena de VIDA DE BRIAN, do Monty Python, em que os guardas ficam tentando prender o riso enquanto Pilatos fala com a língua presa.

(2) Aumentam as chances de ser a inspiração para a língua presa de Pilatos.

(3) Alguns fãs apontam esta piada como precursora do famoso esquete do papagaio morto, do Monty Python. Levando-se em conta como os integrantes do grupo eram fãs de história, essa hipótese e a acima não são tão infundamentadas quanto soam.

abril 24, 2012

A Casa de Colombo






 Informações relevantes: também o primeiro palácio de vice-reis nas Américas (dã, Hispaniola, a ilha onde ficam a República Dominicana e o Haiti, foi onde Colombo desembarcou), construído em 1511, terminado em 1557.


 O importante é posicionar o branding.
 A vista pelo lado oposto da praça, a partir do porto de hoje em dia. A água (do rio Ozama) batia aos pés da muralha.

Pelada de beisebol nos pés da casa de Colombo. Obviamente, o Colombo vivia reclamando pra eles irem jogar em outro lugar, mas eles não iam e viviam quebrando as janelas da residência do navegador, daí ele ficou puto e começou o massacre dos tainos pelos espanhóis.

A Extinção dos Dinossauros (Começo)


  • Você lembra que aqui costumava ficar bem mais cheio?
  • Quando abriu. Já faz mais de três anos.
  • O que será que aconteceu?
  • O pessoal cansou de comida mexicana nesta área. Cansou desta área. Cansou dos preços. Achou lugar melhor.
  • Eu nunca sei porque um restaurante abre, mantém a comida, mantém o ambiente e as pessoas vão sumindo.
  • É uma coisa de zeitgeist, Zabe. A comida não tem só o gosto do lugar onde é produzida, da terra onde é produzida, da cozinha onde é produzida. Ela tem o gosto do tempo onde é produzida. E, quando passa o tempo dela, ela simplesmente se vai. Aqui tem gosto dos primeiros álbuns do Scott Pilgrim. De House. Da peça da Verônica. Dos shows do Van Esperança.
  • Do Tadeu.
  • Da Mônica.

Pausa. Por instante só flutuam as baixas e poucas conversas do ambiente e eventuais sons da cozinha.

Marcos recomeça.

  • Você sabe que o House vai acabar, né?
  • Sei.
  • E Scott Pilgrim já virou até filme.
  • Pois é.
  • Tudo vira filme. Menos eu.
  • Você ia ser um filme chato. Desses que a gente vê no Festival de Cinema.
  • Eu tinha esperança de ser uma mostra do CCBB.
  • O que você tem pra mostrar?
  • Olha que eu mostro.
  • Não me impressionou da primeira vez.
  • Nossa, isso já faz quanto tempo?
  • Nem tanto, a gente já tinha se formado.
  • A gente se formou faz anos.
  • É que tem aquele povinho que ainda tá acabando a faculdade...
  • Eles entraram depois da gente. E são preguiçosos.
  • Você é preguiçoso.
  • Você acha que eu devia ter desempenhado com mais disposição daquela vez?
  • Comigo não. Com a Mônica.
  • A Mônica também é preguiçosa.
  • Não parece.
  • Não no que interessa.
  • Na vertical ela é bem aplicada.
  • É por isso que o Tadeu gosta dela?
  • Tadeu não gosta de ninguém.
  • Esconde bem, está sempre bem acompanhado...
  • Quer indício melhor?
  • Isso é psicologia de botequim.
  • Mulheres são mais perceptivas pra essas coisas. A gente nota claramente quando o cara realmente gosta das pessoas. Gosta de alguém. Se sente melhor com alguém. É melhor ao lado de alguém. Não é o caso do Tadeu.
  • Então por que você ficou com ele?
  • Por que eu gostava dele.
  • Vocês, mulheres, com esse seu egocentrismo...

O bafo quente de veranico invernal de quarta-feira se espraia como uma fina camada de suor por cima das pessoas a conversar, rir, sorrir ou se refrescar no claro e aberto pátio da velha casa. E a pele café-com-leite de Elizabeth, mais leitosa do que o usual pela falta de sol, começa a ganhar um brilho sob as mortiças luzes ambientes e a claridade da vela dissolvendo-se em correntes de estalactites no centro da mesa.

  • Você está suando.
  • Você também.
  • Eu sempre gostei de mulher que sua.
  • Não é considerado elegante.
  • Como não? Eu acho tão sensual. Não acredito em sensualidade seca. Eu acredito em fluidos. Nós viemos do oceano. Deus pra mim é um líquido.
  • Deus é líquido?
  • Certamente sólido ele não é.
  • Ele está no meio de nós.
  • No meio de nós está o ar.
  • E o fogo – olhando pra vela.
  • Se você jogar um pouco de terra sobre a mesa, vamos ter os quatro elementos aqui presentes.
  • Eu estou longe da jardineira.
  • Dá uma andadinha até lá.
  • E como você sabe que Deus está aqui conosco?
  • O chope. É líquido.
  • Deus é como um Big Brother? Observando a gente através de câmeras líquidas ocultas e espalhadas?
  • Eu sou como o Big Brother.
  • É? Por quê?
  • Porque não existo. Sou apenas uma contrafação de várias outras pessoas. Um retrato genérico.
  • Ah, Marcos, não recomeça...
  • Tarde demais.

Zabe balançou a cabeça enquanto o amigo pegava a vela do meio da mesa e puxava o fogo dela através das folhas de tabaco direto para seus pulmões. Ela não suportava a fumaça do cigarro.

  • Você sabe que eu não suporto fumaça de cigarro...
  • Era isso que eu deveria fazer? Parar de fumar que nem o Tadeu?
  • Tadeu não parou de fumar por minha causa. Ele nunca fez nada por minha causa.
  • Nem namorar a Mônica?
  • O que tem isso a ver, Marcos?
  • Ela era a minha namorada, droga. Eu era apaixonado por ela. Eu e você éramos os melhores amigos. Ele morria de ciúme de mim. Você não consegue ligar os pontos?
  • Ele não ligava pra essas coisas.
  • Zabe, não lembra aquela festa na tua casa que os teus colegas lá da Tanta acharam que eu é que era o teu namorado?
  • Ele não chegou a saber.
  • Isso é o que você pensa. A Talita me disse que ele tava puto comigo.
  • Mas você começou com a Mônica logo depois.
  • É. Eu sei.
  • Vocês estavam sempre juntos.
  • Estávamos.
  • E agora não estão mais.
  • Não.
  • E nem eu com o Tadeu.
  • Pois é.
  • E nem por isso estamos namorando.
  • Seus amigos da Tanta tinham que estar aqui, agora.
  • Eu nem falo mais com eles.
  • Você falava com a Mônica.
  • A Mônica também não trabalha mais lá.
  • Ninguém mais trabalha lá 

    (continua)

O Mais Tresloucado Slogan Antidrogas

Ainda bem! Na República Dominicana

Se os Retratos Falados Daqui Já São Assim, Imagina no Peru


E, como bônus, uma genial escalação do locutor perfeito pra apresentar a pauta exata:


abril 18, 2012

Sim, eu sou um nerd, eu sei.


abril 13, 2012

Indo Para a Luz

Rumo ao Poente. Porém , juntos.


abril 11, 2012

Canal do Panamá


Um celular com Câmera e Zoom Digital na Praça Tiradentes


Se não está conseguindo ler direito, clique na imagem para ampliar.

El Pece Aguillòn


Pra quem não sabe que a República Dominicana fica lá pras bandas do Caribe, dá uma reparada na transparência dessa água...

Cartuns de Ted Rall


Se você não está conseguindo ler, clique nas imagens para ampliar.

Beiseboleiros na República Dominicana

Na primeira foto, uma galera indo pruma pelada. Nas outras, um povo jogando na praça em frente à casa do Colombo. Vai ver, em 1494 um deles acertou a vidraça do chalé do Diego Colombo e foi aí que começou a inimizade dos espanhóis com a América Latina. Clique nas fotos pra ampliar e vai por mim: da maneira que são as peladas de vôlei lá (tocar na bola com a ponta dos dedos? Pra quê? E pensar que o time feminino já ganhou do Brasil, mesmo tendo uma levantadora que parecia vários corpos ocupando o mesmo lugar no espaço) e as de futebol (garotos de dez anos ainda chutando a bola com a perna reta), o negócio é tentar o beisebol mesmo.






Da Série "Ela Depila Lá Embaixo"

Seguindo os exemplos de Britney Spears, Lindsay Lohan, Jennifer Lopez e outras, Hannah Montana mostra o que (não) tem lá onde as pernas se encontram.


Clique nesta última imagem para ampliar.

abril 09, 2012

Os 100 Anos do Brasileiro Mais Influente do Século XX - Final

Neste mês é o centenário de Carlos Marighella. Político, guerrilheiro, terrorista, combatente da liberdade, comunista, você escolhe o epíteto. Entretanto, em pesquisa internacional realizada no final do século XX, foi o único brasileiro escolhido entre as pessoas mais influentes da centúria que se encerrava. Leia aqui a primeira parte deste artigo sobre o homem e por que ele ocupa esta posição.



Apesar do sucesso cubano, a morte de Che Guevara demonstrou a impraticabilidade de se começar um levante comunista na América Latina começando pela área rural. Dificuldade de movimento, falta de interesse dos habitantes, apoio americano aos governos, escassez de provisões e abastecimento, tudo conspirava contra os conspiradores. E era preciso que o povo tivesse um mínimo de consciência política para que algo pudesse funcionar, o que era raro no campo então. Não por coincidência, nos anos 60 e início dos 70 os países mais desenvolvidos da região foram exatamente os que tiveram problemas com luta armada. Exceto o Chile, onde a esquerda realmente chegou ao poder, democraticamente, e tomou ela um golpe militar nas fuças.

Foi pensando assim que Carlos Marighella, o ex-deputado e grande ativista comunista, chegou à conclusão de que as cidades, experimentando inédito e exponencial crescimento (na década de 60 pela primeira vez na história mais de 50% da população morava em cidades na América Latina), é que deveriam ser o berço da revolução. Nelas havia um imenso potencial de seguidores nos desempregados e subempregados, favelados e mesmo estudantes. Todos com instrução suficiente para almejar algo melhor na vida. Nelas havia maior concentração de poder - e alvos vulneráveis. Nelas havia acesso direto e imediato ao povo através da mídia, com repercussão bem maior de seus feitos. Nelas havia facilidade para se esconder e desaparecer na multidão, bem como rotas seguras e conhecidas para ataque e fuga.

Marighella também acreditava, como Che, no foco, um núcleo de guerrilheiros profissionais precipitando a crise na sociedade que levaria à revolução. Trabalhando nas cidades, eles acabariam atraindo as forças governamentais, o que abriria espaço para um insurreição nos campos - Marighella só acreditava no sucesso de um levante se simultâneo tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas.

A guerrilha urbana desmoralizaria a sociedade. Aplicando técnicas criminosas e uma astuta manipulação da mídia, os revolucionários afastariam o povo do governo, minando sua autoridade por sua incapacidade de lidar com os problemas. Como as lembranças da Independência da Argélia ainda estavam frescas na memória de todo mundo, Marighella acreditava que as forças governamentais partiriam para uma dura repressão. Isso polarizaria ainda mais a sociedade, cuja insatisfação com a impotência de seus líderes a levaria para o lado dos insurretos.

Esta ideia foi tão influente que praticamente todas as organizações terroristas dos anos 70 a adotaram, seguindo seu manual fielmente (como, aliás, é típico de qualquer fanático). O IRA mobilizou forças consideráveis do exército inglês por um período bem maior do que qualquer guerra que os britânicos tivessem travado. Os governos alemão e italiano tiveram que adotar medidas especiais na caça aos seus radicais. E, para os cariocas, o parágrafo acima deste parece tremendamente familiar: os traficantes seguiram essa política de desmoralização das autoridades com tremenda competência. O que faz sentido, dada a fama de uma de suas facções de ter nascido do convívio de criminosos comuns com prisioneiros políticos nos anos 70. As diversas paralisações da cidade, execuções e tiroteios deixaram a cidade do Rio durante muito tempo em estado de pânico e transformando o tráfico no famoso "poder paralelo".

Mas esse estado de pânico diminuiu consideravelmente nos últimos anos com a implantação das UPPs. Se elas vão realmente ser uma solução a longo prazo é algo ainda a se ver, mas foi praticamente um exemplo do que aconteceu na maioria dos casos com os seguidores de Marighella. As forças governamentais se organizaram e em vez de uma brutal repressão apenas aumentaram o cerco aos insurgentes, como na Alemanha e na Itália, em que leis especiais foram aprovadas para combater o terrorismo. E sem que para isso fosse necessária a criação de um estado policial. Em outros exemplos, a repressão foi tão brutal que o movimento guerrilheiro simplesmente foi extinto antes que pudesse haver qualquer polarização, como os Tupamaros no Uruguai.



Mesmo com o fracasso de suas ideias nos anos 80, que assistiram na América Latina à ressurgência da guerrilha rural (FARC, Sendero Luminoso, sandinistas), Marighella e seu manual fizeram da década de 70 uma época assustada e preocupada com o fim da democracia e da liberdade. Até mesmo no terrorismo islâmico pode se sentir a influência do brasileiro. O terror foi uma das maiores marcas daquela era e as impressões digitais do ex-deputado do PCB estavam espalhados por ele. Pode não ter sido a importância que o Brasil queria ou merecia, mas foi a que mais contou para o povo de fora no século XX. Felizmente hoje em dia isso está mudando e os líderes brasileiros vêm cada vez mais e mais se tornando figuras mundialmente reconhecidas e influentes.

Lula Lelé


Em Boca Chica, na República Dominicana. Antes de reclamar do enquadramento, pensa: acha que é fácil enxergar um visor de câmera vagabunda dentro da água, com máscara?

A Catedral Primaz das Américas

Tudo na República Dominicana é o/a primeiro(a) das Américas, afinal foi no pedaço deles da Isla Hispaniola que o Colombo desembarcou e fundou o primeiro povoado. Esta aí embaixo é a primeira catedral - e a primaz, por decreto do Papa de 1508, se não me engano - das Américas. É tão antiga que ainda é gótica. A nave central começou a ser erguida em 1511 e ficou pronta em 1541. Os espanhóis davam preferências a enooooormes construções pra impressionar os nativos (embora tenham massacrado os moradores originais, os tainos, em pouco tempo). Repare como essa bichinha é diferente das nossas igrejas coloniais barrocas, com uma arquitetura básica enfeitada com muita talha dourada. Também não tem aquela caiação típica, é em pedra mesmo.







Homenagem ao padre pedófilo????