julho 22, 2012

Katy Apache

Final dos anos 70, início dos 80. Com o interesse em quadrinhos aumentado pela Heavy Metal e, no Brasil, pela Kripta (que fez eu e muita gente aprender a ler HQ de qualidade), a Vecchi lançou várias imitações nacionais, editadas pelo Ota (Spektro, Sobrenatural). Mas nem só de terror eles viviam, havia também as imitações de western, já que Tex era uma das revistas mais vendidas da época.

Ainda por cima era canhota

Katy Apache era uma pistoleira (no bom sentido) que usava só um ponche curto, uma cartucheira e botas. Obviamente esse fetiche ambulante só poderia ter saído da mente pervertida de Cláudio Seto (os primeiros - e durante muuuuuuitos anos, os únicos - quadrinhos sobre bondage que li eram dele). Mas quem se tornou o desenhista-ícone dela foi Mozart Coutom, dando à lourinha as formas cheias que faziam tanto sucesso nos anos 80. Moebius já dizia que a arte mais difícil é desenhar mulheres (e qualquer um que já se interessou em traçar a figura humana sabe disso - errou um pouquinho nas proporções e nas curvas e sua gostosona vira um bagulho - e ainda tem que botyar isso em movimento e com perspectiva). E Mozart Couto sabia desenhava mulheres. Ah, se sabia. Além de tudo o mais e um traço característico e marcante.

Ou seria ambidestra?

Quando no final dos anos 80 e início dos anos 90 os quadrinistas brasileiros começaram a invadir os EUA, o blogueiro achava que Mozart Couto era uma aposta mole. Bárbaros musculosos também eram especialidade da casa. Mas, fora uma arte-final aqui e ali e pouquíssimos trabalhos, ele nunca engatou no mercado gringo. Nunca entendi o porquê. Zé José diz que o cara é meio esquisito (o que você queria de um nerd que fica trancado em casa desenhando mulheres gostosas fetichizadas), mas o Heitor, se ler essa postagem, vai explicar melhor.



De qualquer forma, um pouco da Katy Apache aí em cima. Olha a naturalidade da pose e a voluptuosidade das formas. O pouco que li dela foi inesquecível. Preferia-a com o poncho solto, o Couto depois fez ela usar uma cinta índia que tornava a roupa mais pudica. Bobagem, nós adolescentes sem direito a internet queríamos mais era fetiches, mesmo.


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