Ainda por cima era canhota
Katy Apache era uma pistoleira (no bom sentido) que usava só um ponche curto, uma cartucheira e botas. Obviamente esse fetiche ambulante só poderia ter saído da mente pervertida de Cláudio Seto (os primeiros - e durante muuuuuuitos anos, os únicos - quadrinhos sobre bondage que li eram dele). Mas quem se tornou o desenhista-ícone dela foi Mozart Coutom, dando à lourinha as formas cheias que faziam tanto sucesso nos anos 80. Moebius já dizia que a arte mais difícil é desenhar mulheres (e qualquer um que já se interessou em traçar a figura humana sabe disso - errou um pouquinho nas proporções e nas curvas e sua gostosona vira um bagulho - e ainda tem que botyar isso em movimento e com perspectiva). E Mozart Couto sabia desenhava mulheres. Ah, se sabia. Além de tudo o mais e um traço característico e marcante.
Ou seria ambidestra?
Quando no final dos anos 80 e início dos anos 90 os quadrinistas brasileiros começaram a invadir os EUA, o blogueiro achava que Mozart Couto era uma aposta mole. Bárbaros musculosos também eram especialidade da casa. Mas, fora uma arte-final aqui e ali e pouquíssimos trabalhos, ele nunca engatou no mercado gringo. Nunca entendi o porquê. Zé José diz que o cara é meio esquisito (o que você queria de um nerd que fica trancado em casa desenhando mulheres gostosas fetichizadas), mas o Heitor, se ler essa postagem, vai explicar melhor.
De qualquer forma, um pouco da Katy Apache aí em cima. Olha a naturalidade da pose e a voluptuosidade das formas. O pouco que li dela foi inesquecível. Preferia-a com o poncho solto, o Couto depois fez ela usar uma cinta índia que tornava a roupa mais pudica. Bobagem, nós adolescentes sem direito a internet queríamos mais era fetiches, mesmo.
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