Este blogue está começando uma saga épica!
Onde
está ele? Por que não entra? O público já está
reclamando!!!!!!
-
A gravação está pronta! As câmeras já estão todas
posicionadas!
-
Senhor, perdemos a câmera do setor 4.
-
Provavelmente não é nada, mas envie um destacamento para
investigar.
-
Vamos lá investigar o que está acontecendo naquele camarim...
-
Cara, você não vai querer ver o que está acontecendo lá...
-
Senhor... eu... eu... o senhor não vai querer ver o que encontramos
aqui... o sentinela... GLLLRRMMMM...
-
O que aconteceu, cabo?
-
Ele vomitou, senhor.
-
Selem todas as entradas! Fechem todos os portões!
-
Estão forçando os portões! Quando o show vai começar?
-
Ali! Abriu! Ele está vindo!
Uma
finíssima folha de papel introduziu-se pela vão entre a porta e o
chão e a continuação do movimento fê-la pairar alguns instantes
antes de finalmente repousar sobre o assoalho. E então, um pequeno
tremor. E outro.
E
então o quase bidimensional retângulo branco tornou-se mais do que
um objeto inanimado.
Transformou-se
num homem.
Aproximando-se
dos controles do portão os dedos da estranha criatura se afinaram
até se tornarem filamentos quase invisíveis invadindo os mecanismos
de abertura e segurança dos portões.
Concentrando-se
no seu tato, em poucos momentos o homem desvendou o segredo e, com um
seco e pressago clique, abriu a fechadura, dando o comando eletrônico
para que todas as trancas se abrissem.
E
então eles entraram.
“Eu
posso ouvir os seus gritos... e os saboreio...”
-
Todas as unidades para o Setor 8! A segurança foi comprometida!
Temos um Código Ômega no Setor 8! Repetindo: Código Ômega no
Setor 8! Todas as unidades para o Setor 8!
“As
luzes vermelhas acendem. Posso ouvir seu tropel. Eles me aguardam.
Eles me esperam”.
-
Armamento completo! Todas as unidades devem portar armamento
completo! Os invasores aparentam extrema periculosidade!!!
“E
cabe a mim dar a eles o que eles merecem...”
Botas
militares martelaram o labiríntico complexo rumo ao ponto de
convergência. Guerreiros exaustivamente treinados simulando todos os
tipos de situação caminhavam com firmeza rumo ao encontro com o
inimigo.
“Pois
é a mim que eles querem”.
Mas
nada poderia tê-los preparado para aquilo com que se
defrontaram.
“Porque
eu sou seu senhor. Seu deus. Há muito esperam por mim. Meus arautos
me precedem. Mas eles não são tão grandiosos quanto eu. Nada pode
prepará-los para mim. Eu sou o astro. O astro-rei. Eu sou a
luz”.
“Em
mim, seus olhos veem a glória”.
-
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!
-
Vocês querem rock and roll???????
Raios
brilharam no compacto espaço do corredor onde os fuzileiros se
amontoavam. Antes mesmo que pudessem atirar, vários deles caíram ao
chão.
Em
pedaços.
-
Fogo à vontade! Atirar! Atirar!
A
ordem do sargento sumiu em meio ao estalo de dezenas de fuzis de
assalto. Mas a carga foi inútil. Um dos vultos à frente tremeu por
um instante e, para surpresa dos soldados, todas as as balas pararam
e ficaram flutuando à sua frente.
Mas
eles eram guerreiros prontos para reagir com presteza a qualquer
situação.
-
Calar baionetas!!!!! Corpo a corpo!
Eu
quero uma guerra para lutar
Sem
causa sem justiça sem deus
Eu
quero uma história para contar
Sem
amor sem protesto sem problemas meus
Os
fuzileiros avançaram em direção aos vultos, mas assim que
ultrapassaram as balas, o homem que as paralisara tremulou novamente
e os projéteis retomaram seu voo, desta vez rumo aos corpos dos
soldados então de frente para elas, crivando-se impiedosamente em
sua carne. Mas os Estados Unidos preparam e armam bem seus guerreiros
e,
após alguns mórbidos instantes, alguns movimentos surgiram em meio
à massa e alguns dos soldados, cujas armaduras haviam resistido ao
impacto, se levantaram para retomar o ataque.
-
Tem alguma coisa se movendo no teto!
Para
a maioria deles, tudo que foi possível ver foi uma forma peluda e
octópode saltando e obscurecendo sua visão.
E
depois mais nada.
Eu
insisto em respirar
Meu
coração insiste em bater
Vida
é tão pouco, apenas água e ar
Meu
sangue e meus pulmões
Em
sua longa estrada rumo a morrer
A
terceira leva tentou segurar os atacantes, mas um dos invasores
ativou um dispositivo e, para horror dos não atingidos, vários
fuzileiros viram seus troncos e suas cabeças transformarem-se no que
parecia ser sorvete de casquinha, seus gritos de terror abafados pela
falta de boca enquanto seus últimos resquícios de personalidade
derretiam-se na massa gelada em que seus cérebros haviam se
tornado.
Outro
grupo de soldados chegou atirando, mas outro vulto disparou seus
raios envolvendo-os numa grossa capa de frio e transparente gelo,
imobilizando-os e amortecendo-os numa lenta e dolorosa morte. Os
invasores atravessaram a floresta de fuzileiros congelados
quebrando-os apenas por diversão - o congelamento quase instantâneo
não dera tempo para que o interior de seus corpos se solidificasse,
fazendo com que o sangue jorrasse copiosamente, lembrando as
descrições mouras sobre o massacre após a tomada de Jerusalém,
quando o mar de sangue nas ruas atingira os tornozelos.
-
Acabou?
-
Parece que sim.
-
Isto
é
o melhor que a maior superpotência do planeta pode nos oferecer?
Sequer tive a oportunidade de me exercitar.
-
Perfeito. Quanto antes sairmos daqui, melhor.
-
Você está com medo?
-
Nem mesmo nós temos como resistir a um ataque com mísseis.
-
Quer apostar?
Uma
voz elevou-se acima da conversa.
-
Não hoje.
Os
dois homens pararam de conversar.
-
Adiante.
Os
dois homens menearam suas cabeças e seguiram adiante. Bastou uma
porta derrubada para os deixar frente a frente com seu objetivo.
Um
maço de papéis nas mãos de um velho guerreiro, prestes a serem
jogados num triturador de papéis.
A
mesma voz que se impusera aos dois homens cortou o ambiente como uma
faca na água.
-
Você sabe que nunca vai conseguir destruí-los a tempo.
-
Apaguei todos os arquivos, mas levei muito tempo para tirar esses
projetos do cofre.
-
Nem tente.
-
O que tenho a perder? Vocês vão poupar minha vida depois do que
fizeram a toda a guarnição?
-
Pelo que vejo, nem todos os generais são tão estúpidos como
parecem.
-
E vocês são os espertos? Vejam o que deixaram que fizessem com
vocês. Vocês eram homens, por Deus! Agora são pouco mais do que
este triturador... uma máquina cega de destruição obliterando tudo
que se interponha em seu caminho. É isso que chamam de vida?
-
Como diz um famoso cantor de rock de sua terra, general... dê-me uma
guerra para lutar, sem justiça, sem causa, sem deus.
-
Guerras não são para ser lutadas. São para serem vencidas.
-
E é o que vamos fazer.
-
Veremos.
Os
dedos do general se abriram apenas alguns milímetros antes que ele
sentisse todas as terminações nervosas extremamente sensíveis de
sua mão se sobrecarregarem com o frio absoluto que as envolveu,
juntamente com o maço de papéis.
O
general cerrou os dentes. Ele não lhes daria o prazer de vê-lo
gritar.
-
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!
-
Boa noite! Boa noite para todos! Adorei vocês!!! Obrigado! Obrigado!
Obrigado a todos!
Ao
sangue se juntava o vômito dos reforços caminhando sobre os
fuzileiros mutilados e retalhados deixando um cheiro azedo e
nauseante nos corredores.
Obviamente
eles haviam chegado tarde demais.
O
comandante observava os restos do general na sala de Estado-Maior.
-
Eles guardaram o melhor para ele...
Um
agente manipulando os teclados virou-se:
-
Ele conseguiu apagar os arquivos, senhor!
-
Infelizmente não foi o suficiente. Eles levaram os projetos...
-
Ainda não temos confirmação.
-
O cofre está aberto e não há sinal de papéis destruídos. Eu
posso somar dois mais dois.
-
Senhor, consegui recuperar as imagens das câmeras de segurança.
-
Vamos ver o que aconteceu aqui...
O
agente ativou os vídeos e as imagens do ataque surgiram nos
monitores. A expressão dos homens assistindo-as foi se tornando cada
vez mais e mais um esgar até que o encanecido comandante,
insensibilizado por anos de operações secretas de duvidosa ética,
desviou o olhar:
-
Não posso ver isso. É demais.
-
Mas como..? Como eles conseguem esses... esses poderes?
-
Parece que alguém estava mais adiantado em seu projeto do que nós.
-
Mas... não parece com o nosso projeto... Um androide humanoide de
combate... eles parecem ser homens...
-
Estas criaturas não são mais homens. E tenho dúvidas se algum dia
foram. O que fizeram foi... não tenho vocabulário suficiente para
descrever...
-
E agora eles estão de posse dos planos do nosso androide humanoide
macrodimensionado autônomo de combate...
-
O projeto Frankenstein Jr... nas mãos dessas criaturas... Deus nos
ajude... Deus nos ajude...
O
comandante saiu cabisbaixo da sala. Um agente de campo fortemente
armado entrou na sala, curioso com as figuras se movimentando nas
telas. Bastaram apenas alguns instantes para deixá-lo aterrorizado e
boquiaberto.
-
Pelo bom Deus... eu estava frustrado por termos chegado tarde, mas
agora acho que estou aliviado...
-
Você não acha que dá para encarar esses sujeitos?
O
agente de campo observou as imagens da criatura peluda sugando as
vísceras de um fuzileiro, liquefeitas graças à peçonha injetada
apenas alguns momentos antes.
-
Não.
-
E você não acha que dá pra arrumar alguém que possa encarar
eles?
-
Impossível.
A moto de McCoy corria solitária pela estrada deserta. Festas, entourage, groupies, nada se comparava à sensação de satisfeita solidão correndo livremente pela noite.
Até que subitamente, ao fazer uma curva, uma luz, uma bizarra luz que parecia flutuar sobre a estrada avançou sobre ele a uma velocidade fulminante.
- Impossível.
Foi seu último pensamento consciente por um longo tempo.
A moto de McCoy corria solitária pela estrada deserta. Festas, entourage, groupies, nada se comparava à sensação de satisfeita solidão correndo livremente pela noite.
Até que subitamente, ao fazer uma curva, uma luz, uma bizarra luz que parecia flutuar sobre a estrada avançou sobre ele a uma velocidade fulminante.
- Impossível.
Foi seu último pensamento consciente por um longo tempo.
O Urublog orgulhosamente apresenta...
OS IMPOSSÍVEIS!
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