É claro que existe um universo metafísico - pelo menos no mundo virtual dos computadores. Um monte de gente conversando sem estar ali e se vendo e trocando idéias e o fato de que a Wikipedia está virando extensão do seu cérebro - você nem precisa mais de um computador, se morar em Copa, por exemplo, basta um celular wi-fi; quanto tempo até não precisar de aparelho nenhum e os dados serem hotwired em seu cérebro?
Essas coisas me vieram à cabeça porque estava lendo sobre o projetado substituto do Blu-Ray (o substituto do DVD). O Blu-ray guarda cerca de 50 gigabytes de dados, contra os 8.5 do DVD. O HVD pode guardar até 3.900 gigabytes (3,9 terabytes), pra isso usando apenas o mesmo disquinho prateado que o CD (0,7 gigabytes ou 700 megabytes). Só que dessa vez, não é um avanço na tecnologia de gravação de zeros e uns no disco que possibilita o aumento na capacidade, é um novo conceito.
O CD guarda dados digitalmente, ou seja, todos transformados em zeros e uns (depois eu explico como em outro artigo, mas tente pensar como se fossem as palavras transformadas nos pontos e traços do código Morse). O disco funciona assim: de um lado tem um espelho e em cima desse espelho tem uma máscara com alguns furinhos. Um laser de baixa intensidade é disparado contra o disco. Se houver um furinho na máscara, o raio vai até o espelho, é refletido de volta e marca um UM; caso contrário, o aparelho marca um zero. O DVD e o blu-ray usaram basicamente lasers mais finos pra apertarem mais dados no mesmo espaço. O HVD não faz nada disso. Ele guarda nele apenas um holograma.
Isso mesmo, o que tem gravado nele é um holograma de um disco bem mais espesso, com várias e várias camadas de dados, como se fossem vários discos empilhados. O LASER ENTÃO LÊ OS DADOS GRAVADOS NO HOLOGRAMA COMO SE OS DISCOS ESTIVESSEM REALMENTE LÁ.
Isso não é assustador? A realidade está um passo mais longe. Em vez de ler dados codificados digitalmente, você lê um holograma codificado digitalmente de dados codificados digitalmente. Quanto tempo pro computador inteiro ser um holograma? E nós? Como já dizia um dos muitos ditados colhidos no livro A LEI DE MURPHY, alta tecnologia está cada vez mais indistinguível de magia.
setembro 04, 2008
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