Primeira Versão
Tudo que está morto torna-se pai
Tudo que vive é o filho
Nunca devorei a carne dos inimigos caídos
Para herdar sua coragem
Nunca brindei bebendo nos crânios
dos inimigos por mim abatidos
por sua valentia que me enobrecia
Nunca amei
Nunca amei de verdade
Amei como nos ensinam a matar
nas escolas nas creches no emprego no governo na tevê
Amei furtivamente
A sangue-frio
Amei pelas costas
Covardemente
Mantendo o colarinho os punhos o paletó
impecáveis
Amamos como vivemos
Vivemos como matamos
Pois tudo que está morto torna-se pai
E só o filho está vivo
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