março 19, 2009
Um Dia no Engenho de Dentro VI a - Museu do Trem
À sombra do Engenhão, no galpão de uma fábrica abandonada do complexo das antigas Oficinas de Locomoção da Central do Brasil, fica o pouco divulgado, embora interessante MUSEU DO TREM. Não é tão bom quanto o Museu Aeroespacial de Campo dos Afonsos ou o Museu Militar Conde de Linhares, mas ainda assim é um passeio divertido, pelo menos para conhecer...
A Baroneza.
Esta não é uma réplica nem uma locomotiva do mesmo tipo. É a própria, a que o Barão de Mauá importou (e daí o nome "Baroneza") e que trafegava no Porto da Estrela, no hoje olvidado balneário de Mauá.
Quando ela chegou ao Brasil já estava completamente obsoleta. Quinze anos antes, os americanos, que adotaram as ferrovias de coração em seu país continental, criaram uma locomotiva coberta, protegendo os maquinistas, que puxava um vagão tender, com o carvão, fácil de recarregar e podendo levar muito mais, e com uma caldeira maior e mais potente, com quatro rodas motrizes. Aquela que se vê em filme de faroeste, mesmo. Repare, nas duas fotos acima, que antes dos vagões, ela tem um pequeno depósito de carvão fixo, um pouco atrás da roda portante (a menorzinha depois da motriz, que é a grandona).
Repare também na suspensão de feixe, típica de veículos com tração animal. E, por falar nisso
...os vagões puxados por ela pareciam diligências, em vez de vagões, até com suas linhas abobadadas. Em vez dos truques - os carrinhos multirrodas - com que estamos acostumados, até nos citados filmes de bangue-bangue - temos quatro rodas com suspensões de feixe.
A primeira classe custava 1.500 réis e a segunda, 1.000 (500 para os descalços, sinal de pobreza) e era barata para a época - o trajeto também era só do Porto da Estrela, no fundo da Baía, até a Raiz da Serra. Daí o sujeito ainda tinha que se virar pra subir até Petrópolis, que normalmente era o objetivo final da jornada, que começava pegando uma barca na praça XV.
A Baroneza puxando seus vagões.
Algumas locomotivas a vapor continuaram tracionando trens de passageiros e de cargas até a década de 80, no Brasil (hoje em dia só em linhas turísticas). Apesar de serem economicamente viáveis, com um combustível barato, e feitas para durar bastante, a manutenção e a complexidade mecânica delas as inviabilizaram. A Baroneza, mesmo obsoleta ao chegar aqui, ainda funcionou comercialmente por 30 anos, antes de ser recolhida ao museu e fazer apenas viagens em datas históricas importantes.
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