junho 13, 2011
O Chafariz do Lagarto
Esta foto aí de cima roubei do blogue de Rio Antigo do JB, que ainda funciona online. São os restos do aqueduto do Catumbi, na rua Santa Alexandrina. Isso mesmo, os Arcos da Lapa não foram a única obra do tipo no Rio. Dentre os outros, o que mais se destacava era este. Levava água até onde hoje é a Frei Caneca.
Mais exatamente aqui, atrás do Sambódromo e em frente ao Batalhão da Polícia Militar. Parece uma parede branca, mas é o famoso Chafariz do Lagarto, inaugurado em 1768 e tombado pelo Patrimônio Histórico. E pensar que você já cansou de estacionar o carro aí pra ver show na Apoteose e nunca reparou nele.
O lagarto acima era originalmente de bronze e teria sido fundido pelo próprio onipresente Mestre Valentim. Roubado nos anos 60, foi substituído por uma réplica de ferro, daí a ferrugem e os pedaços que já eram.
A água originalmente escorria pela boca do lagarto ao tanque abaixo.
Mestre Valentim, como todo mundo sabe, era excelente escultor, daí a beleza dos traços limpos e simplificados do lagarto, em linhas quase modernas - não há nada de primitivo nesta concepção.
O blogueiro foi recebido pela Jô, apelido de Josefa, a senhora abaixo, que toma conta do monumento. Até pouco tempo atrás, a casa no chafariz, segundo ela, era ocupada por bandidos e marginais, que foram desalojados pela polícia. Jô conta que fez um pacto com o Patrimônio Histórico e, em troca de residir nas instalações do chafariz, toma conta da estrutura.
Jô conta que ela é o único motivo de não ter sido ainda levado o lagarto de ferro.
Se uma moça tão delicada consegue tomar conta de um monumento é um ponto a se discutir, mas seu cachorro sem dúvida consegue. Foi ele quem impediu que o blogueiro e fotógrafo se aproximasse mais da guardiã do Chafariz do Lagarto. Apesar das assertivas dela de que o búfalo de guerr, digo, o cão não mordia, apenas brincava, este escriba preferiu manter uma distância segura da dupla, ainda mais que a besta peluda não tinha a menor dificuldade para arrastar pela coleira a sua suposta dona.
Abaixo a porta para a residência no Chafariz do Lagarto. Jô diz que pretende repintar toda a estrutura e principalmente plantar flores no tanque, para dar outra aparência ao monumento.
Com a chegada da família real ao Brasil e o crescimento da cidade, principalmente pros lados da Cidade Nova, o Chafariz do Lagarto começou a não dar conta para a população, razão pela qual foi construída logo do lado esta cisterna, também em frente ao Batalhão de Polícia Militar, mas ainda na Frei Caneca mesmo, e igualmente tombada pela IPHAN.
Só que esta cisterna parece não ter nenhuma Jô pra pelo menos dar uma esperança de alguém dar uma recuperada nela...
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Leia mais sobre o Chafariz do Largato e Catumbi:
https://docs.google.com/leaf?id=0B41OaZg7nvRoNzE5MTMyNzMtYjk4YS00OTEyLWIzMGItNzM1YjA5NmYzMGYz&hl=en&pli=1
Mauro, autor do livro
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