Todos nós estamos cansados de ouvir falar dos universos paralelos, mas você já parou pra pensar de onde surgiu essa ideia? Na verdade é porque, segundo o princípio da incerteza de Heisenberg, elétrons são nuvens de probabilidades (1). Você só pode conhecer a posição ou a velocidade de uma partícula, nunca ambos. Como então isso funcionaria no nosso mundo regido pelas regras matemáticas deterministas da física clássica, em que só há uma solução para cada sistema? (Imagine a Teoria da Gravitação: a Terra só pode rodar em uma órbita em torno do Sol; tão deterministas são essas equações que quando uma órbita não casava com a calculada, encontrava-se um planeta - ou planetoide, pobre Plutão...).
A solução teórica foram os universos paralelos. Pra cada ponto em que uma partícula pode tomar uma direção ou outra, cria-se um universo paralelo onde a única opção que ela tinha era aquela. De acordo com a física clássica, este não é o pior ou o melhor dos mundos, é o único mundo possível a partir do momento inicial, porque tudo que aconteceu desde o instante zero é um desenvolvimento das forças primordiais já teorizadas e compreendidas e, no futuro, perfeitamente calculáveis e previsíveis. Não haveria como as coisas se desenrolarem de outro modo - tudo responde às equações de partículas: gravitação, eletromagnetismo, interação molecular forte e interação molecular fraca.
Mas com a mudança nesse ponto de vista apresentada pelo princípio da incerteza, nós vivemos apenas num mundo dentro de infinitas probabilidades e que a cada instante quântico gera exponencialmente outros infinitos universos.
Talvez seja este o objetivo da vida no Universo: a matéria orgânica é uma equação quase imprevisível, ou mesmo realmente imprevisível, já que, alimentando-se de entropia negativa, quem sabe introduz uma variável flutuante na equação primordial? Assim, inserido o elemento aleatório na Criação, a cada vez que tomamos uma decisão, criamos todo um novo e resplandescente universo.
Ou, mesmo que a física quântica acabe se provando furada, ainda assim o universo pode não ser determinista, mas uma árvore de infinitas variações sobre o mesmo tema: desde o surgimento da Teoria do Caos começou a se questionar a quantidade de variáveis que precisariam ser conhecidas para calcular qualquer equação. A Teoria do Caos, apesar do que costuma aparecer na cultura popular, na verdade tenta repensar o universo encontrando outros padrões de previsão em gráficos de fase (como os fractais, que parecem criar formas irregulares e altamente complexas através de simples comandos).
Mas esse pensamento fora da caixa dos Caóticos veio de um dia em que um cientista mandou uma informação de um computador pruma impressora de cálculos para a previsão do tempo. Naqueles primitivos anos 60, a CPU da impressora comia os últimos algarismos decimais de cada número, e, após duas horas, o programador voltou e descobriu que os resultados da impressora e do ccomputador divergiam absurdamente. A ideia anterior de que o infinitesalmente pequeno era desprezível em computações porque os erros acabariam se compensando e somente haveria diferenças pequenas passou a ser seriamente questionada. O título do texto do tal cientista que fez essa descoberta ficou famoso e é usado até hoje: "Pode o bater de asas de uma borboleta na China alterar o tempo na América?"
Com essa necessidade de se conhecer informação de praticamente todo o Universo pra fazer qualquer cálculo, torna-se teoricamente impossível se resolver completamente qualquer sistema: o próprio Cosmo é feito de informação e não haveria espaço nele pra processar TODO ELE ao mesmo tempo. E, se o cálculo fosse resolvido após algum tempo, ele não teria validade nenhuma, pois já teriam havidas incalculáveis mudanças desde a hora em que começou a computação.
Então, é por causa da Segunda Lei da Termodinâmica e da Entropia, e da física quântica, este provavelmente não é o único dos mundos possíveis, mas um grão de areia numa criação cujo verdadeiro tamanho e significado não podemos sequer começar a abarcar.
(1) Elétrons são nuvens de probabilidade que não podemos prever, cuja posição não podemos prever, mas que seguem em alta velocidade? Isso não são elétrons, são as mulhers malucas que eu costumo namorar, roqueiros e outros amigos malucos meus...
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