Que Anton Chigur que nada. O melhor assassino frio, impiedoso e sem senso de humor do cinema é o Chacal. Do filme de 73, do Fred Zinnemann, é claro.
O Chacal tem quase a pureza religiosa de Itto Ogami, que valida seu mal deixando-se conduzir em seus assassinatos pelo destino, sem nunca se envolver emocionalmente. Amoral, não perde tempo com proselitismos niilistas ou vinganças exemplares contra aqueles que ousaram não aceitar seus acordos (o que faz de Chigur, na prática, um moralista, já que prega uma moral para substituir a vigente). Como os anjos (inclusive os caídos), o Chacal sequer tem sexo, sua sexualidade ajustando-se às necessidades da missão (e, aparentemente, é bom de cama em qualquer papel, como devem ser os anjos). Chigur, por sua vez é assexuado, ficando evidente que em sua perversão psicopata a violência substitui o sexo.
Quando vi Munique, a fita me lembrou visualmente muito o longa do Zinnemann. Depois fiquei sabendo que o Spielberg assistiu ao DIA DO CHACAL um monte de vezes antes de começar sua história sobre terrorismo. Quem viu um dos dois imediatamente vai reconhecer a semelhança ao ver o outro.
junho 23, 2008
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