Apaches na av. Rio Branco

Já que este blogue anda falando sobre bangue-bangues, não custa lembrar que apaches - ou pelos menos alguns primos seus - já observaram do alto de quase desfiladeiros os cariocas passando indefesos e vulneráveis lá embaixo.



Este aí em cima é o Hotel Avenida. Embaixo dele ficava a Galeria Cruzeiro, point do carnaval carioca até a década de 50. Ele foi demolido em 1957 para a construção do Edifício Avenida Central, aquele do Infoshopping, na av. Rio Branco.

O Edifício Central era o maior de sua época. E ficou famoso pelo controle central dos velocíssimos elevadores e pela sua construção com estrutura em aço, como a gente vê nos filmes americanos, com os operários caminhando sobre vigas metálicas e rebitando tudo, ao contrário do usual por aqui, que é o uso do concreto armado.



A construção em aço é mais barata e rápida, mas exige um know-how quase desconhecido nestas plagas. Por esse motivo, a construtora importou uns gringos para ajudar a botar o arranha-céu pra cima. E, por algum motivo, tradicionalmente, se usam muitos índios nessas obras porque eles têm menos suscetibilidade à altura. E, assim, juntou-se ao folclore da Rio Branco os apaches observando os cariocas passando lá embaixo.

Hoje em dia frequento o edifício Central pra comprar coisa de computador e alta tecnologia - aliás, ele sempre foi cheio de lojas de aparelhos eletrônicos. A vanguarda dos VHS, DVDs, sempre teve bastante varejo disso lá. Mas desde os anos 80 era habituê da casa por causa do ótimo sebo que ficava no segundo andar. E foi expulso de lá pra se mudar pruma verdadeira caveira de burro na av. Passos, pra abertura de mais alguns estandes de informática. Uma pena. Era uma livraria tradicionalíssima e mais preocupada com livros de qualidade do que vender revista de mulher pelada a um real.