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Até os anos 40 os times brasileiros ainda jogavam na formação da pirâmide (2-3-5), da década de 1880. Gentil Cardoso começou a implantar o WM no Bonsucesso, mas a tática não se popularizou, nem mesmo quando o húngaro Dori Krueschner aplicou-a no Flamengo. Os jogadores não conseguiam se adaptar ao esquema, principalmente aquele escalado para fazer o zagueiro central. Além disso o time se ressentia da ausência do vital centromédio atacante.
Atrasados taticamente e com o futebol argentino em grande fase, os times brasileiros costumavam ser presas fáceis para os portenhos. Numa excursão com um combinado Fla-Flu os técnicos Flávio Costa e Ondino Viera, cansados de sofrer goleadas, resolveram modificar o estilo de marcação e a disposição dos jogadores em campo e inauguraram definitivamente a era do WM no Brasil.
No entanto, foi necessária uma adaptação para o estilo brasileiro. O quadrado do meio-campo, com dois médios e dois meias, foi "entortado" um pouco, preservando o centromédio à frente da defesa e transformando-se praticamente num losango. A formação 3-2-2-3 típica transformava-se num 3-1-2-1-3. Este jogador à frente da zaga acabaria tendo funções cada vez mais defensivas e se transformaria no cabeça-de-área, enquanto outros países sul-americanos preservariam a tradição do volante ofensivo, e na Europa a marcação feita no meio-campo não teria a característica de proteção aos beques de área.
A Diagonal. Flávio Costa era o técnico de Ademir, insuperável na arrancada com a bola dominada. Pô-lo no ataque o impediria de dar esses "rushes" e escalá-lo no meio-campo o deixaria muito longe da área. Foi necessária a criação de um novo esquema para aproveitar as qualidades do atleta e os dois viraram lenda com isso.
Para isso o vértice superior direito do "M", o médio direito, era empurrado para o baixo e toda a linha para a esquerda. O médio direito praticamente se transformava então num centromédio. O médio esquerdo passava a ter ao lado o meia-direita, recuado até o meio-campo, e o meia-esquerda transformava-se numa espécie de "número 1", jogando entre o meio-campo e ataque. Esta posição consagraria Ademir no Vasco e na Copa de 1950, pois aproveitaria ao máximo sua insuperável arrancada com a bola dominada.
Flávio Costa defenderia suas idéias num artigo na revista Cruzeiro, quando pela primeira vez na história usaria números para explicar as táticas, tais como 3-4-3 e 4-3-3. Nesse artigo ele dizia que o futebol moderno tolhia a improvisação e pregava que um time deveria defender bem para atacar ainda melhor, iniciando um desenvolvimento que acabaria levando ao revolucionário 4-2-4 de 1958.
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