Mês passado postei este artigo sobre um grande pintor primitivo, Henry Darger, que passou a vida escrevendo e ilustrando uma saga sobre meninas nuas enquanto ganhava a vida como faxineiro. Pois desta vez vou lhes apresentar trabalhos de um artista ainda mais primitivo e que ganha a vida de forma ainda mais inesperada.
Que tal? Eis o artista, agora, em seu ateliê:
Isto não é uma fraude, nem uma montagem. Alguns especulam que o artista (artistas, na verdade as obras são de vários deles) foi ensinado a pintar assim, mas quando crianças não somos todos treinados para pintar de uma maneira e nossa autoexpressão acaba criando nosso estilo próprio? Se você ficou impressionado com as telas do paquidérmico sujeito, pode encontrar mais aqui e aqui. As pinturas estão à venda, com o lucro revertido para organizações para preservação da espécie.
O velho ditado diz "os elefantes não esquecem", mas na minha infância cansei de passar por informações de almanaque e afins avisando que o dito estava errado e que paquidermes não aprendiam rápido. Ainda bem que vivemos na época do Discovery Channel. Lá descobri que esses bichos têm medo da morte, assustando-se quando veem esqueletos de sua espécie e honrando e enterrando os falecidos - inclusive humanos! Até agora são os únicos, além dos homens, a entenderem esse conceito de finitude. Eles também têm uma complexa cultura e uma grande capacidade de empatizar. Alta inteligência é esperada em predadores, que precisam aprender a caçar, mas nós, o elefante e o polvo, de looooooonge o mais esperto dos invertebrados, compartilhamos um detalhe anatômico - um apêndice altamente hábil e flexível para interagir com o mundo: em nós, a mão com polegar opositor, no polvo o tentáculo e no elefante a tromba. O que nos deixa pennsando: alguém já pôs um pincel na mão, digo, no tentáculo de um cefalópode?
abril 06, 2010
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