fevereiro 22, 2009

Thou Must Be Where Thee Art

Outro dia uma amiga minha me forçou a ver O LEITOR quando eu queria ver CORALINE. Pra se desculpar depois pelo equivocadíssimo filme, ela me levou pra comer no Sushi Leblon. Lá pelas tantas, quando entrou a terceira dupla de amigas (amigas mesmo, heterossexuais), ela não resistiu a comentar, "como tem mulher sozinha no Rio".

Eu retruquei que é tudo uma questão de perspectiva. Se eu fosse ao Maracanã com esse espírito poderia comentar, "nossa, como tem homem sozinho no Rio". O Sushi Leblon não é exatamente o lugar onde você espera encontrar um bando de machos tomando uma cervejinha. Eu, por exemplo, adoro sushi, mas só vou acompanhado ou peço pra entregar em casa; nunca me passou pela cabeça chamar um amigo pra tomar um saquê e ficar falando de cinema, quadrinhos, futebol e mulher.

Fica parecendo aquela visão daqueles seriados da Sony sobre mulher moderna, "nossa, amiga, nós vamos a tudo que é festa de música eletrônica, restaurantes franceses caros e finos, quicheterias, peças, óperas, coletivas de artes plásticas, e não encontramos um solteiro". Ora, é claro, ESTÃO PROCURANDO NO LUGAR ERRADO! Traduzindo, seria o mesmo que chamar os amigos pra ir ao Fla x Flu pra paquerar. Na verdade, deveria ser o contrário. Lááááááá nos primórdios da Internet, quando bater papo era só pelo IRC, conexão precisava do Trumpet e você era bom saber os códigos de programação de seu modem 14.400 kbps, eu frequentava um canal sobre balípodo, o #futbrasil, até que começou a aparecer mulher lá que não entendia a diferença entre líbero e centroavante, mas que tinham chegado à conclusão que era onde iam encontrar mais homem - e sem conocrrência!

Um amigo meu, inclusive, certa vez, cansado de ouvir a irmã reclamar que não tinha homem na cidade, disse exatamente os mesmos argumentos acima pra ela: "Elaine, você tem que ir onde os homens estão. Hoje eu vou no pé-sujo da esquina tomar uma cerveja. Aparece lá pra ver o que acontece". E, concluindo a história, ele me contou, "Uruba, sem brincadeira, sabe aquela cena clássica de cinema? Teve uma hora em que ela puxou um cigarro, apareceram quatro - não estou exagerando - QUATRO ISQUEIROS pra acender pra ela".

1 comentário:

ARMANDO MAYNARD disse...

Cara, deixa sobrar, não dê a dica não, quanto mais mulher sobrando, melhor. Realmente acho que independente das estatísticas, parece que tem mais mulheres que homens nas cidades. Num país onde se tem as mulheres mais bonitas e bem feitas de corpo do mundo, isso aquí poderá ser um paraíso para os homens. Com uma proporção de cinco mulheres para cada homem. Agora falando sério, ainda vivemos alguns problemas de preconceito e machismo contra as mulheres, muitas ainda são espancadas em seus próprios lares, outras são preteridas a alguns cargos em certas empresas e as vezes chegam a ganhar menos que o os homens, fazendo o mesmo serviço. Mas muito já mudou. Hoje a “Nova Mulher” é independente, usa praticamente as mesmas roupas de trabalho que os homens, dirige carro e empresas, entra só em um barzinho e bebe sua cervejinha. Tem uma liberdade sexual jamais imaginada. Muitas já conquistaram sua independência financeira. É Luiz, que vão aos estádios de futebol e encontrem seus parceiros, pois mesmo assim, ainda irá sobrar um bocado, pois a nutureza é sábia... Um abraço, Armando