Já que falei do show d´OS MUTANTES que vou ver (foda-se que é com Zélia Duncan. Foda-se que o Arnaldo Baptista está pior do que o Brian Wilson no show que vi no Hollywood Rock. O Minhoca não vai a Buenos Aires pra ver um The Who com Roger Daltrey afônico, Pete Townshend surdo e os outros dois mortos? Pelo menos o DVD dos Mutantes com a apresentação na Inglaterra é ótimo!), resolvi declinar meus álbuns favoritos de rock brasileiro.
Antes que me acusem de qualquer coisa, vou logo avisando alguns critérios que escolhi: nenhuma banda com mais de um disco; a importância e a influência no que se seguiu conta pra burro e por isto a lista parece dar mais destaque aos mais antigos. Devo confessar que como é a lista dos MEUS favoritos, deixei de fora um álbum seminal para o rock brasileiro, o primeiro do Kid Abelha, que conseguiu o fabuloso feito de que TODAS as músicas foram sucesso nas rádios. Gosto de alguns trabalhos dele mais tardios, mas ainda assim não o suficiente pra pô-los na minha lista.
Então, eis aí minha seleção:
1. Ando Meio Desligado ou A Divina Comédia (Mutantes) 1970
Não, não fiquei na dúvida entre dois grandes álbuns. Já em 1970 os Mutantes, sempre mundialmente à frente de seu tempo, lançavam discos com duas capas e dois nomes diferentes, uma delas simplesmente fabulosa, uma belíssima foto preto-e-branco de Arnaldo Baptista erguendo-se de um túmulo enquanto Rita Lee como Dante e Sérgio Dias como Virgílio observam, reproduzindo uma gravura de Doré para (dã) A DIVINA COMÉDIA. A capa alternativa mostrava Rita na cama com os dois irmãos enquanto Liminha toma um cafezinho ao lado, sugerindo práticas sexuais ousadas e heterodoxas para o Brasil do AI-5.
Os Mutantes foi a melhor banda de rock que este país já teve. Pena que a gravadora tenha desistido de lançá-los internacionalmente. Descobriram o erro quando eles se tornaram famosos no mundo todo vinte anos depois de cada um seguir seu caminho. É difícil dizer qual o melhor disco, mas fico com este pelo belo apanhado do fantástico alcance deles. Da extremamente simpática ANDO MEIO DESLIGADO, que Marisa Monte regravou para se lançar e o Pato Fu botou em disco pra consolidar sua imagem de "somos os Mutantes como eles seriam hoje em dia" (mas não se pode culpar Arnaldo, Sérgio e Rita por nada disso), à sublime AVE, LÚCIFER, passando pelo deboche, literal em CHÃO DE ESTRELAS (com efeitos sonoros sublinhando a letra) e nonsense no bluesão MEU REFRIGERADOR NÃO FUNCIONA. Magnífico.
As outras grandes obras dos Mutantes: OS MUTANTES (1968), MUTANTES (1969), JARDIM ELÉTRICO (1971). Seguindo de perto, MUTANTES E COMETAS NO PAÍS DOS BAURETS (1973).
2. O Inimitável Roberto Carlos (Roberto Carlos) 1968
Parece inacreditável, mas ainda tem gente que não gosta de Roberto Carlos, ou acha que ele teve lá sua importância, ou acha gostosinhas as músicas da Jovem Guarda. Na década de 70 ele era acusado principalmente por ser alienado, cantando sobre amor e dor-de-cotovelo, o que mostra que, como sempre, sutileza não é o forte de intelectuais militantes de esquerda. A profunda melancolia que perpassa a produção do Rei, principalmente a partir de 1968 é a coisa mais parecida com o clima de falta de perspectiva de TERRA EM TRANSE já aposto em vinil. A letra de AS FLORES DO JARDIM DA NOSSA CASA parece a continuação da famosa previsão do tempo do Jornal do Brasil no dia seguinte à promulgação do AI-5 (1). Além disso, é visível um questionamento existencial - um tanto simplista, é verdade, mas valioso justamente por sua "pureza", já que Roberto não tem uma formação cultural intelectualizada e a busca sincera de um significado de tudo no misticismo (que acabaria levando a uma pobre militância católica nos anos 80), repetindo os caminhos do movimento hippie lá fora, do qual ele era considerado um antípoda, por ser caretão (um roqueiro da Tijuca dos anos 50, que tinha uma banda com Tim Maia e Erasmo Carlos, careta????). Isso, é claro, quando ele não era claro e direto em seu protesto (DEBAIXO DOS CARACÓIS DOS SEUS CABELOS, TODOS ESTÃO SURDOS?).
Foi muito difícil escolher entre os discos de 1964 a 1971 (os dos anos seguintes continuam fantásticos, mas dificilmente poderiam ainda ser classificados de rock). Fiquei com o de 1968, o primeiro após Roberto largar o programa da Jovem Guarda. Talvez por isso, assim como os Beatles depois que deixaram de dar show, com mais tempo, ele pôde refinar sua produção. O INIMITÁVEL ROBERTO CARLOS, no entanto, não guina para a psicodelia e sim para o soul e o funk, pela primeira vez escutados no Brasil. Certamente gente que conhece o cenário musical da época vai apontar precursores, mas quase ninguém deve ter ouvido. Roberto Carlos era só o maior vendedor de discos da época e aventurar-se pelo som da Motown com SE VOCÊ PENSA, CIÚME DE VOCÊ e NÃO HÁ DINHEIRO QUE PAGUE era abrir uma nova trilha por aqui. Ainda tem belíssimas baladas, como AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM, as funkeadas E NÃO VOU MAIS DEIXAR VOCÊ TÃO SÓ e a recentemente regravada EU TE AMO, EU TE AMO, EU TE AMO. Tem até uma ótima imitação de Beatles (qual o problema? Os Mutantes também cometiam as deles), NEM MESMO VOCÊ. E, no ano seguinte, o velho amigo Sebastião Maia, o Tim, iria lhe trazer NÃO VOU FICAR, cuja gravação pelo Rei nunca foi superada.
E nem vai ser. Como diz o meu amigo Zé José, é perda de tempo regravar Roberto Carlos - a versão do Rei vai ficar melhor. Imitador confesso de João Gilberto, ele levou o estilo peculiar e idiossincrático do bossanovista para o rock com resultados sensacionais. Sua divisão de sílabas é complexa, mas ele o faz com tanta facilidade que nem aparece. Confira o DVD Roberto Carlos Ao Vivo no Pacaembu: em COMO É GRANDE MEU AMOR POR VOCÊ, o público tenta cantar junto com ele, mas ele sempre atrasa ou adianta a entrada no verso, estica ou encurta as divisões e o povo simplesmente não consegue acertar uma única vez... e desiste! Ele também usa este recurso em AS CURVAS DA ESTRADA DE SANTOS, em que entra adiantado em todos os versos e deixa a banda correr atrás dele, reproduzindo musicalmente a letra que fala apenas em velocidade. E nem vou mencionar o que diz minha irmã, professora de canto e cantora: "olha, já ouvi todo mundo desafinar - Caetano, Milton, Gil, Gal, Betânia, quem você quiser. O único brasileiro que eu NUNCA ouvi desafinar foi Roberto Carlos".
Outras obras-primas de rock (os discos dos anos 70 também são campeões, mas em outro estilo): ROBERTO CARLOS EM RITMO DE AVENTURA, ROBERTO CARLOS 1969, ROBERTO CARLOS 1970, ROBERTO CARLOS 1966, É PROIBIDO FUMAR, ROBERTO CARLOS CANTA PARA A JUVENTUDE.
3. Gita (Raul Seixas) 1974
Outra difícil escolha. O primeiro álbum, KRIG-HA, BANDOLO!, é o primeiro, tem MOSCA NA SOPA, a melhor síntese de forró e rock de sua carreira (estilo que faria a carreira dos Raimundos) e OURO DE TOLO, além do hino METAMORFOSE AMBULANTE. Mas o segundo, mais influenciado pelo hippie seguidor de Aleister Crowley, Paulo Coelho, não é só uma sucessão de negativas para o sistema ou de slogans da contracultura - são mostrados os caminhos alternativos, seja na SOCIEDADE ALTERNATIVA, seja na declaração de princípios de MEDO DA CHUVA, ou no misticismo da melhor música de Raul Seixas e certamente uma das dez mais: GITA, uma magnífica composição, música e letra (que infelizmente Raul não era capaz de apresentar no palco e já vi Jerry Adriani ao vivo servir-se de um papelzinho para cantá-la) transcendendo o formato e a época para aparecer viva e enigmática até hoje.
Qualquer outro disco dele é bom.
4. Legião Urbana (Legião Urbana) 1985
Eu estava em casa à toa fumando na cama (parei há nove anos) ouvindo a Fluminense FM no receiver de minha aparelhagem Polyvox, quando entrou uma fita demo de uma banda cantando AINDA É CEDO. "Ei", pensei, "isso é bom!". Depois ouvi as outras demos que a Maldita tinha deles: A DANÇA (o COMO NOSSOS PAIS dos anos 80 (2)) e o hino da minha geração pós-64: GERAÇÃO COCA-COLA, a música que melhor caracteriza a cabeça da gente nascidos na segunda metade dos 60 e adolescente/jovem nos 80. Aí soube que eles iam dar um show no Circo Voador (vindo depois de Ojeriza e abrindo para o onicircovoador Celso Blues Boy), vi a extraordinária performance de Renato Russo no palco pela primeira vez e fiquei tremendamente impressionado com a canção que fechava o set, SOLDADOS. O disco saiu uns oito meses depois e a produção de algumas músicas era até pior do que a das fitas demo, mas quem ligava? Não tinha nada tão bom na época.
Qualquer outro disco deles também é sensacional, mas o primeiro foi o primeiro e por isso o escolhido.
Ah, e invejem-me: eu gravei a versão demo deles da rádio, digitalizei e tenho até hoje A DANÇA (com a letra original) e AINDA É CEDO.
5. Cabeça Dinossauro (Titãs) 1986
É chato dizer isso de um disco tão influente e marcante, mas, no fundo, no fundo, CABEÇA DINOSSAURO é só um álbum de punk rock bem produzido (podia ter se chamado também OS TITÃS ENCONTRAM LIMINHA), que lançou o "punk-pop" que iria dominar a cena a partir de então. É claro que nem toda banda punk pop iria ter Arnaldo Antunes revoltado depois de ser preso por porte de heroína e disposto a botar pra quebrar nas letras. Nem tanto lirismo e inteligência nas canções expressivas e incisivas. Nem tanto swing na cozinha, tornando o ritmo quase irresistível pra dançar. Não foi à toa que quase toda banda dessa época até a eleição do Collor (e a morte do RPB dos anos 80, que assistiu à ascensão do sertanejo e do pagode) foi de alguma forma influenciada por este álbum. Parece fácil de repetir, mas era tão complicado que nem mesmo os Titãs nunca mais conseguiram igualar o resultado (só em partes de JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS). Depois o Arnaldo Antunes ficou experimental demais, ele saiu, eles reverteram a um punk mais básico (num disco injustamente vilipendiado) e finalmente eles se tornaram paulistas balzaquianos fofinhos, indistinguíveis de publicitários yuppies.
E até hoje tem banda de rock brasileira tentando emular o pop punk de CABEÇA DINOSSAURO.
A outra grande obra deles é o JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS.
6. Da Lama ao Caos (1994) Chico Science e Nação Zumbi
Quem hoje em dia não está tentando (ainda) imitar CABEÇA DINOSSAURO, está tentando imitar o mangue bit (que ficou erradamente conhecido como mangue beat) que foi apresentado ao mundo neste CD. Tão tamanha e imediata foi sua influência que nem parece que se passou pouco mais de uma década desde que foi lançado. A quantidade de gente procurando emular a genial mistura de Chico Science e sua banda, misturando rock, ritmos nordestinos, música eletrônica e hip hop é gigantesca e inclui até mesmo a Nação Zumbi. Todos os outros discos aqui listados, por mais brilhantes que sejam, mostram os sinais da idade. Não este. E não é por ser o mais recente - ouvir CABEÇA DINOSSAURO, por exemplo, em 1998, já era viajar no tempo, enquanto vídeos de shows do Sex Pistols até hoje soam contemporâneos. O som deste álbum é tão à frente de seu tempo e tão revolucionário que ainda vai permanecer moderno e atual provavelmente por um longo tempo. Provavelmente a melhor fusão de rock com música regional brasileira já realizada.
O disco seguinte, Afrociberdelia, é talvez até melhor, mas não foi tão surpreendente quanto este.
7. Revolver (Walter Franco) 1975
OU NÃO?, o primeiro disco, com sua famosa mosca, provavelmente é melhor, mas é radical demais, é quase inaudível. REVOLVER é mais condescendente com os pobres mortais que iriam ouvi-lo.
Walter Franco provavelmente é o mais desconhecido dos caras desta lista, mas todo mundo a quem apresento acha fantástico. Roqueiro pesado, às vezes quase metaleira (FEITO GENTE, CANALHA), balança com um misticismo zen e experimentalismo concretista nas letras, é o maior e mais talentoso expoente do rock contracultural do começo dos 70. Tão estranho (e brilhante) é o seu som que praticamente nunca fez sucesso (VELA ABERTA andou tocando nas rádios no final dos 70, início dos 80), embora fosse figurinha fácil em festivais. Ouvi-lo é uma viagem no tempo e um achado.
Outros grandes discos: OU NÃO? e VELA ABERTA
8. Secos & Molhados (1973) Secos & Molhados
Nem sei se este disco deveria estar aqui. Certamente não é MPB, mas será que é rock? Hippie certamente é. Tem tinturas de modinhas, toadas, fados, música mineira e, certo, tá bom, rock progressivo. Mas não o progressivo sinfônico, mais o progressivo do Traffic ou Blind Faith.
Na época eles chamavam MUITA atenção por causa do homossexualismo explícito pelo menos do Ney Matogrosso, as caras pintadas, as plumas e paetês e O VIRA fez muito sucesso como música para dançar. Conseguiram estourar as paradas com seu som tão contracultural. O segundo disco, sem nenhum single dançante para puxá-lo, embora talvez fosse até melhor do que o de estréia, não repetiu o desempenho de vendas, prejudicado também pela saída de Ney, notícia divulgada junto com o lançamento. Ele sabia que sua voz masculina de soprano era o maior trunfo da banda e que eles provavelmente não sobreviveriam ao enterro daquelas coisas todas de hippie, paz e amor e contracultura que 1975 e os anos seguintes trariam, embalados pelo som disco. Mas pelo menos o grupo deixou o melhor exemplo de rock progressivo (será?) nacional.
Eles só lançaram dois discos. Tentaram uma volta com outro cantor de voz fininha no final dos anos 70 e tiveram moderado sucesso com o single AONDE FORAM TODAS AS CORES? Seu grande problema sempre foram as letras, repletas de imagens que deveriam remeter a viagens de ácido e alucinações, mas que na maioria das vezes soam apenas ridículas.
9. O Rock Errou (1985) Lobão
Em 1985, depois do Rock in Rio, depois que a Globo começou a bancar megashows de rock nas praias do Rio, depois que as rádios caretas começaram a tocar rock e que as bandas, famosas, deixaram de fazer shows no Circo Voador, Parque Lage e até Morro da Urca, a popularização do RPB acabou sugando-lhe a vitalidade. Embora não parecesse na época, começava a decadência. As grandes bandas todas já tinham aparecido (haveria ainda o RPM, mas seria um fenômeno de um disco - e outro ao vivo - só, e pouco acrescentaria no aspecto qualitativo). O final da década seria dominado pelos dinossauros e os álbuns clássicos estavam todos já para trás. Lobão, depois dos ótimos CENA DE CINEMA e LOBÃO E OS RONALDOS, casou com uma prima gostosa de 17 anos, ficou trancado com ela durante dois meses em casa e, não satisfeito, ainda fez questão de mostrar pra todo mundo quem estava comendo, pondo-a nua na capa deste LP que foi o primeiro a perceber que o sonho tinha acabado.
Melancólico toda a vida, anunciava que o rock tinha errado (dã) e que ele nem queria mais nenhuma chance. A idéia de uma contracultura irônica, cética e bem-humorada não funcionara. O mundo de novo não mudara e o surgimento do yuppie atestava isso. A garotada que ouvia o RPB dos anos 80 iria crescer para lotar shows acústicos dessa turma nos anos 90, embalados em nostalgia e incapacidade de apreender novos tipos de música. Já Lobão enveredaria por tentativas de fundir rock e samba (não deu muito certo) e música eletrônica num esplêndido (e pouco divulgado) CD vendido em banca.
10. As Aventuras da Blitz (1982) Blitz
Eu sei, eu sei, pelos critérios que disse que iria usar, este disco aqui deveria estar logo na frente da Legião Urbana, pelo cândido motivo que a Legião Urbana simplesmente nunca teria gravado um LP se não tivesse havido a Blitz, que, pura e simplesmente, detonou o RPB, o Rock Popular Brasileiro, o rock dos anos 80 que se tornou o símbolo da década e a irritante nostalgia que dura até hoje.
Quem não estava lá não tem idéia do estrondoso sucesso que VOCÊ NÃO SOUBE ME AMAR teve. Diferente de tudo que se ouvia nas rádios - pelos poderes de Greyskull, a gente ouvia Supertramp na época! - foi quem levou todo mundo a querer saber o que era essa tal de "new wave" e quem eram os expoentes daquele tal de "rock inglês". As gravadoras saíram correndo, cada qual atrás da "sua" Blitz, e foram buscar João Penca e Seus Miquinhos Amestrados (do qual sairia Léo Jaime), Kid Abelha & os Abóboras Selvagens (banda obscura que saiu no disco ROCK VOADOR e que promovia eleições sazonais na Fluminense FM para escolher quem seria o novo Kid Abelha - o líder - da banda), Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Kid Vinil e muitos outros e subitamente Circo Voador, Morro da Urca e Mamão com Açúcar estavam ditando as palavras de ordem para a garotada oitentista, enterrando de vez as batas (estão voltando), cabelos compridos (voltaram), sandálias de couro (agora se chamam papeete) e bolsas de couro (ainda não voltaram). O visual disco começou a parecer brega. Moderno e contemporâneo eram topetes, cores ácidas e berrantes, blazers com ombreiras, calças de pregas com cós alto, saias balonê e tudo aquilo que a gente vê hoje em filmes da época e acha ridículo.
E eles fizeram tudo isso virtualmente sozinhos, já que Júlio Barroso caiu de sua cama suicida e deixou os precursores, a Gang 90 & as Absurdetes, sem pai nem mãe. Eles fecharam de vez o caixão da contracultura hippie e trouxeram de volta o rockabilly básico dos anos 50. Roberto Carlos e Elvis Presley foram resgatados. O Brasil inteirou ouviu rock. E tudo graças à Blitz.
Mas eu não gosto até hoje de rock new wave. B-52s, Go-gos, Blitz, Kid Abelha, nada disso me emociona. E esta é a MINHA lista, por isso este décimo lugar para um álbum tão absurdamente importante.
janeiro 14, 2007
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8 comentários:
Tenho um CD da Casa de Máquinas que tem o grande sucesso do Netinho - CASA DO ROCK - e os sons mais progressivos deles, LAR DE MARAVILHAS, CILINDRO CÔNICO, VOU MORAR NO AR, mas não conheço Lar de Maravilhas. No entanto, apesar de curtir o som, tenho certas ressalvas a eles, principalmente uma certa falta de personalidade. Eles soam muito como outras bandas, tal como o Terço.
Faltou o Joelho de Porco que foi punk avant-la-lettre, veja no YouTube a versao de Riode Janeiro City, aquilo sim eh roquenrrou... Mas o melhor CD deles eh o Sao Paulo 1954 Hoje com Prospero Alabanese Neto nos vocais...
Nunca fui muito fã do Joelho de Porco também.
Fala cara, muito boa sua lista, mas tenho algumas observações.
Kid Abelha fez um álbum seminal pro rock brasileiro?!?! Como pode? Nem rock o Kid Abelha é!
O inimitavel do Robertão é mesmo INIMITÁVEL. Adoro a fase dele de 66 á 71 tenho todos os discos.
Já dos Mutantes os que mais gosto são o segundo deles e o Jardim Eletrico. O DVD dos caras em Londres tá muito bom!!!
Outra coisa que não entendi, vc falou, até a Nação Zumbi emula Chico Science. Como pode alguem emular a si mesmo?
Pra mim a Nação Zumbi é junto com os Mutantes, os Novos Baianos( nem um deles na lista, não curte?) e os Titãs(dos bons tempos) as melhores bandas do Brasil de todos os tempos.
Realmente uma pena no que os Titãs se transformaram.
Abraço
Jose Henrique
Olá, José Henrique. Eu também, como disse, não sou fã do Kid Abelha, mas muitas e muitas bandas surgiram em seu rastro ou imitando-as, de Metrô a a Sempre Livre. Não quer dizer com isso que eu os adore, mas clássicos são clássicos, queiramos ou não. Quanto à Nação Zumbi, foi, digamos, uma piada cruel. Essas bandas que perdem os band leaders e tentam continuar acabam soando muito como covers deles mesmos - veja os Wailers, por exemplo (o que não me impede de ver shows deles sempre que vêm ao Brasil. Também costumo ver Nação Zumbi). Ou os Foo Fighters, a imitação barata do Nirvana (incluindo um membro do Nirvana original!) Os Novos Baianos são fantásticos, mas não creio que poderíamos classificá-los como rock. O termo certo acho que seria "pós-tropicalista". Incluí-los nesta lista implicaria também em botar o resto da fabulosa turma da época: Luiz Melodia, Sérgio Sampaio, Jards Macalé, Jorge Mautner. Teria até que incluir um de meus discos favoritos, o da Gal ao Vivo (fa-tal a todo vapor), quando o som dela era muito parecido com o desta turma.
Gosto de Rock. Como NÃO disse a Paula Toller: solos de guitarra me conquistam. Talvez porque eu não seja intelectual ou porque não saiba exatamente o que seja rock. (sempre achei que Kid Abelha fosse uma "espécie" de rock!)
Eu gostaria de fazer uma lista como você fez mas, com certeza não tenho conhecimento para tanto. Gosto de Engenheiros do Hawaii, IRA!, Rita Lee (mesmo sem os Mutantes),Raul Seixas, Skank, J Quest (esses últimos são rock, não são?) alguma coisa da Pitty...
Achei legal os Titãs terem mudado. Há que se experimentar novos caminhos.
Bem, de qualquer forma, adorei a sua lista...
Você citou Celso Blues Boy. Ouvi, certa vez, uma música e amei: BluesMotel. Queria ouvir alguma coisa mais. Pode me dizer onde encontro?
Maclau, eu gosto do Celso Blues Boy, mas não tenho nenhum disco dele. Ele já estava por aí até mesmo antes da explosão do RPB em 83, com uma música "cult" que tocava na Fluminense, AUMENTA QUE ISSO AÍ É ROCK´N´ROLL. Mas ele era um roqueiro com raízes blueseiras e profundamente setentista e hippie. Na segunda metade dos anos 80, quando o pessoal principal do rock brasileiro fez sucesso e parou de tocar com frequência no Circo Voador (ou às vezes simplesmente não tocar mais, com exceção do Barão Vermelho, o Frejat me dava a impressão que se o chamassem pra tocar em batizado ele iria), chegou a virar piada a frequência com que o Celso dava show lá. Por isso achei o máximo que o primeiro show aberto ao público (teve um antes só pra convidados) depois que o Circo Voador foi reinaugurado em 2004 foi justamente dele, que já estava morando em Florianópolis e veio ao Rio exclusivamente pra isso. O show foi sensacional. Acho que você pode encontrar discos dele à venda no Submarino, ou na Saraiva. Blues Motel é ótima, um dos grandes clássicos dele, junto com a já citada "Aumenta que isso aí é rock´n´roll", "Amor Vazio" e "A isso chamam blues". B. B. King já gravou com ele uma música (que não é das melhores, a história de um bluesman que vende a alma ao Diabo, mas quando este vem cobrar, o Mississipi, rio da terra do blues, salva o músico apagando as chamas do demo com suas águas). Obviamente ele não toca em rádio, onde eu costumo ouvi-lo com regularidade é no canal de audio de blues da Sky (he). Procure no eMule. Um abraço do Luiz.
Nunca cheguei a ter um disco dele, vários eram até independentes.
estava procurando algum filme no Youtube com o Raul Seixas cantando a Sopa e me deparei com o seu blog. Gostei da seleção. me pareceu coerente.
Quanto ao seu trabalho, porque tem que copidescar as pink novel da Harlequim. São tão ruim assim?
abraço, ana maria santeiro
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