julho 14, 2010

Um Thunderbolt no Aterro do Flamengo


O Republic P-47 Thunderbolt foi provavelmente o maior caça monomotor e monoposto a pistão jamais construído. Como o Sherman, vê-lo em fotos não dá ideia de seu tamanho - recomendo visitar respectivamente o Museu Militar Conde de Linhares, em frente à Quinta, e o Museu Aeroespacial de Campo dos Afonsos, pra confirmar como os bichos são grandes. Esse Thunderbolt, aliás, é lá do último museu, e saiu pra passear no dia da aviação de caça, quando é homenageado no Aterro do Flamengo, em frente ao Monumento aos Mortos da II Guerra. Por coincidência ou não, foi no mesmo fim de semana da Red Bull Air Race.


Como já disse em uma postagem anterior, a abordagem americana para armamentos era fazê-los grandes, blindados, cheios de potência e bem armados. O P-47 não era ágil, não subia tão rápido (pelo menos não antes de algumas modificações), mas era quase impossível de derrubar e era o único monoposto monomotor da II Guerra a carregar OITO metralhadoras de .50 polegadas (outros caças levavam no máximo seis), além de poder carregar foguetes e bombas, tornando-o na prática um avião de ataque.


Meus dedos - que não são pequenos, não é, Marissa? - mostram a escala do calibre do armamento do Thunderbolt. Os ianques foram lutar uma guerra longe de casa e certamente não seriam bombardeados por aparelhos inimigos grandes e bem blindados. Assim, em vez de usar os canhões que os ingleses usavam, capazes de derrubar bombardeiros mais facilmente, deram preferência a metralhadoras, com maior cadência de tiro, ideal para abater caças monomotores, mais rápidos, ágeis e difíceis de acertar... mas também mais vulneráveis e fáceis de derrubar uma vez atingidos.


Havia uma fita cercando o avião, mas bastou o guardinha deixar um sujeito cruzá-la pra tirar uma foto e logo estavam montando na fuselagem, nas asas e até nos ailerons. O vigia tentou tirar, mas sempre pediam pra deixar tirar um último retrato e, quando isso acontecia, outras pessoas aproveitavam pra cruzar a linha. Acabei convencendo o soldado a ser antipático e tirar todo mundo - assim eu poderia tirar minhas fotos sem ninguém atrapalhando meu enquadramento. Aqui outra tentativa de se dar uma escala do caça.


Já que todo mundo entrou, também entrei pra fotografar a cabine do P-47.


Imagino que aí todo mundo saiba que o P-47 foi o avião que a FAB usou na II Guerra Mundial, carregando esse escudo.


Pra quem duvida da eficácia da FAB na II Guerra, cada bombinha pintada dessas equivale a uma missão de bombardeio bem-sucedida. O Thunderbolt podia carregar até mais de uma tonelada de bombas, o mesmo que um bombardeiro médio durante boa parte do conflito, com a vantagem de poder se defender sozinho uma vez livre de sua carga, ou causar confusão metralhando as linhas inimigas.


O Thunderbolt e o Monumento aos Pracinhas.

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