Comecei a listar algumas postagens abaixo meus finais de filme favoritos e disse que, à medida em que fosse lembrando de outros, iria pondo aqui. Eis mais alguns:
A Marca da Maldade
Toda a confusão começa quando o tira certinho Charlton Heston descobre que o tira mau Orson Welles plantou provas contra um suspeito. Por causa disso, Orson Welles alia-se ao bandidão pra armar contra a mulher de Heston, a gostosíssima Janet Leigh, mas o trai e o mata (o bandidão merecia morrer mesmo) e consegue afastar Heston sem maiores consequências (o caso nem era dele mesmo). Mas Heston convence o mais antigo amigo de Welles a traí-lo e causa a morte dos dois, em nome de restaurar a honra e o nome seus e de Leigh. Só que, no final, ficamos sabendo que o suspeito, que parecia ter sido escolhido pelos preconceitos raciais de Welles, realmente era o culpado e confessou o crime. O que é mais justo e correto, afinal? O gênio impiedoso escravo de suas paixões ou o burocrata impiedoso escravo de seus códigos? O gordo diretor encerra à altura da famosa abertura sua última obra-prima com esta reflexão sobre mediocridade e genialidade.
Os Visitantes da Noite
Um casal que vendeu sua alma para o Demônio tem como rotina vir à Terra na Idade Média para seduzir e perder almas inocentes. Só que uma das missões começa a se perder e o próprio Diabo (o Diabo não, o Diaaaaaaaaabo) tem que aparecer para consertar tudo. Mas nem mesmo a presença do Tinhoso consegue impedir o íncubo de se apaixonar por sua vítima Marie Déa. Os dois tentam fugir, mas não conseguem ludibriar o Capeta, que os transforma em estátuas. Mas, mesmo petrificados, os dois mantêm o olhar apaixondado - e, pior, seus corações ainda batem, enquanto o Cão, magistralmente interpretado por Jules Berry, dá um ataque de bicha, batendo impotente com seu chicote de montaria nas figuras de pedra - "ainda batem, ainda batem, ainda batem". Um dos grandes momentos românticos dos filmes de fantasia, o contraponto para o amargo final de Boulevard do Crime (outro candidato a esta série), da mesma equipe criativa.
Fim de Semana Mortal
Só vi este filme uma vez na Bandeirantes, numa sessão perdida. Nunca entendi por que não virou um grande cult movie - ficção científica com roteiro trash, produção barata porém cuidada, mulher pelada e diretor fã de nouvelle vague. O alto comando americano descobre que um disco-voador vai pousar numa cidade americana e evacua-a, com a desculpa de uma epidemia. Um DJ pirata permanece e desafia o exército de ocupação. Um dos soldados (Stephen Baldwin) arruma uma mulher gostosíssima que adora trepar e curte um bondage light. Conversa longamente com seu parceiro mais velho (o ator que fazia o Sledge Hammer naquela série satírica UM TIRA DA PESADA) sobre a diferença entre verdadeiro amor, paixão e atração física. Quando ele vai apresentar a gostosa pro parceiro, ela mudou de forma e eles descobrem que ela é a alienígena. Em diálogos posteriores, em que a câmera passeia pelas paredes, ficando em vários momentos tudo escuro em quadro, em longos planos-sequência, a alienígena explica que sua raça extrai energia do sexo, mas não qualquer sexo - é preciso que haja amor também. Logo depois, Stephen Baldwin entra num elevador e seu parceiro o pega de surpresa e o surra, encostando-o na parede: "repita comigo! É só atração! Só atração!". A confusão toda leva a em enfrentamento entre Stephen Baldwin e todo um destacamento numa floresta. O seu parceiro mais velho vem ajudá-lo e acaba baleado, ao mesmo tempo em que o disco-voador desce, brilhante como uma nave-mãe de Contatos Imediatos. As últimas palavras do parceiro são "vamos, prove que você a ama... vá atrás dela". E ele vai. A alienígena gostosa e escassamente trajada pára todos os disparos, anda em meio aos soldados com seu vestido puramente teórico e resgata seu amado enquanto paga a maior lição de moral: "nós extraímos nosso poder do sexo. Vocês o extraem da violência. Quem de nós está mais certo?" e se manda na espaçonave. Que O DIA EM QUE A TERRA PAROU que nada, pregação alienígena pela paz tem que ter mulher pelada e esporro com elegância.
julho 11, 2008
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