março 09, 2009

Ronaldo Voltou

Ronaldo jogou 27 minutos, fez um gol, mandou uma bola na trave, sofreu uma falta na entrada da área e fez uma bela jogada pela esquerda que terminou num cruzamento na cabeça do atacante. Isso porque ainda está visivelmente gordo, carregando ainda o peso de 33 anos bem curtidos, com muuuuuuuuuuuitas mulheres (e outras nem tanto).


Mas aquela bola na trave não foi típica dele. Ronaldo nunca foi um grande finalizador. Chutador pouco mais do que mediano, cabeceador medíocre, apesar de sua boa altura e seu porte físico, nada disso importava porque ele como bom gênio - mais do que craque - da bola, podia transformar uma jogada perdida lá na ponta num inesperado e belo gol. Depois de várias contusões, já em 1998 ele tinha perdido sua inacreditável arrancada, mas ainda era rápido para o tamanho, com excelente drible e domínio de bola e, principalmente, visão de jogo fantástica.



Ao receber uma bola, Ronaldo sempre já sabia o que pretendia fazer com ela e já tinha um plano contingencial na cabeça - daria um excelente administrador de empresas, conforme esses palestrantes picaretas que acreditam (na verdade fingem acreditar) que Jesus era o maior dos executivos. Cf. final de 2002, primeiro gol. Ele perde a bola, recupera-a do defensor e vê com o canto do olho outro alemão chegando correndo pra desarmá-lo. Num único movimento ele dá um passo e já toca a bola para Rivaldo e já corre para recebê-la na frente. Rivaldo, que era a antítese de Ronaldo - esplêndido finalizador, um jogador de precisão, mas de raciocínio lento, que sempre precisava pensar o que faria - matuta por algumas frações de segundo e decide chutar em vez de devolver pro Fenômeno. Kahn rebate e o legendário camisa 9, na corrida, está lá pra empurrar pro fundo das redes.


Talvez ainda dê. Talvez ele continue com sua grande visão periférica, grande visão de jogo e grande inteligência. Talvez compense a falta de mobilidade da idade, mesmo que magro, com sua grande técnnica. O Brasil anda carente de atacantes de área excepcionais e a seleção pode aturar um sujeito paradão, desde que disposto a participar do jogo, coisa que Romário, por exemplo, não teve durantes muitos anos antes de encerrar sua carreira.

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