setembro 18, 2011

Meu Canhão é Maior do que sua Metralhadora - Parte I

Os americanos sempre favoreceram as metralhadoras no armamento de seus caças porque seus inimigos em potencial moravam do outro lado do oceano.





É o tipo de frase que exige um pouco de reflexão antes que se fique pensando que essas metralhadoras deviam ter um tremendo alcance. A questão é que praticamente durante quase toda a era pré-míssil balístico intercontinental, o território estadunidense estava fora de alcance das forças aéreas adversárias, sendo improvável que bombardeiros hostis tivessem que ser interceptados a caminho de Nova Iorque ou Washington. Portanto, os caças não precisavam ter canhões de pelo menos 20 mm - o menor calibre em que vale a pena ter uma ogiva explosiva - e tiro relativamente lento, mas armas capazes de disparar rapidamente contra alvos esguios, velozes e fugidios, como interceptadores inimigos. Incidentalmente, esse armamento ainda era ótimo contra infantaria, caminhões e centros de comando de campanha, tornando-o perfeitamente adequado ao apoio cerrado do exército, outro papel muito valorizado por uma filosofia militar voltada para a atuação em território dos outros. De preferência, bem longe de casa.



Havia, é claro, exceções. O P-39 Airacobra tinha um para a época pesadíssimo canhão de 30 mm, que ainda por cima disparava pelo cubo da hélice. O motor ficava no meio do aparelho, tornando-o agradavelmente estável. Tão estável que era difícil de manobrar e, quando apareceu para assustar aqueles japoneses, que os ocidentais julgavam possuidores de equipamento inferior, tornou-se um patinho de estande de tiro para os Zero. Totalmente desprestigiado e desprezado pela força aérea ianque, o estoque restante foi empurrado para os soviéticos que obviamente constataram que aquilo não era um caça, viram o tamanho do armamento e, como lá se acreditava que os maiores são melhores, transformaram-no num avião de ataque ao solo. Não tão bom quanto o Shturmovik, é claro, mas bastante capaz como arma antitanque, Para ser justo com os estrategistas estadunidenses, não havia muitos blindados contra os quais ele pudesse ser usado no Pacífico (continua)

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