julho 12, 2012

A Saga Continua!!!!

Este blogue está começando uma saga épica!





Onde está ele? Por que não entra? O público já está reclamando!!!!!!

- A gravação está pronta! As câmeras já estão todas posicionadas!

- Senhor, perdemos a câmera do setor 4.
- Provavelmente não é nada, mas envie um destacamento para investigar.

- Vamos lá investigar o que está acontecendo naquele camarim...
- Cara, você não vai querer ver o que está acontecendo lá...

- Senhor... eu... eu... o senhor não vai querer ver o que encontramos aqui... o sentinela... GLLLRRMMMM...
- O que aconteceu, cabo?
- Ele vomitou, senhor.
- Selem todas as entradas! Fechem todos os portões!

- Estão forçando os portões! Quando o show vai começar?
- Ali! Abriu! Ele está vindo!

Uma finíssima folha de papel introduziu-se pela vão entre a porta e o chão e a continuação do movimento fê-la pairar alguns instantes antes de finalmente repousar sobre o assoalho. E então, um pequeno tremor. E outro. 
E então o quase bidimensional retângulo branco tornou-se mais do que um objeto inanimado.
Transformou-se num homem. 
Aproximando-se dos controles do portão os dedos da estranha criatura se afinaram até se tornarem filamentos quase invisíveis invadindo os mecanismos de abertura e segurança dos portões.
Concentrando-se no seu tato, em poucos momentos o homem desvendou o segredo e, com um seco e pressago clique, abriu a fechadura, dando o comando eletrônico para que todas as trancas se abrissem.
E então eles entraram.

Eu posso ouvir os seus gritos...  e os saboreio...”

- Todas as unidades para o Setor 8! A segurança foi comprometida! Temos um Código Ômega no Setor 8! Repetindo: Código Ômega no Setor 8! Todas as unidades para o Setor 8!

As luzes vermelhas acendem. Posso ouvir seu tropel. Eles me aguardam. Eles me esperam”.

- Armamento completo! Todas as unidades devem portar armamento completo! Os invasores aparentam extrema periculosidade!!!

E cabe a mim dar a eles o que eles merecem...”

Botas militares martelaram o labiríntico complexo rumo ao ponto de convergência. Guerreiros exaustivamente treinados simulando todos os tipos de situação caminhavam com firmeza rumo ao encontro com o inimigo.

Pois é a mim que eles querem”.

Mas nada poderia tê-los preparado para aquilo com que se defrontaram.

Porque eu sou seu senhor. Seu deus. Há muito esperam por mim. Meus arautos me precedem. Mas eles não são tão grandiosos quanto eu. Nada pode prepará-los para mim. Eu sou o astro. O astro-rei. Eu sou a luz”.

Em mim, seus olhos veem a glória”.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!
- Vocês querem rock and roll???????

Raios brilharam no compacto espaço do corredor onde os fuzileiros se amontoavam. Antes mesmo que pudessem atirar, vários deles caíram ao chão.
Em pedaços.
- Fogo à vontade! Atirar! Atirar!
A ordem do sargento sumiu em meio ao estalo de dezenas de fuzis de assalto. Mas a carga foi inútil. Um dos vultos à frente tremeu por um instante e, para surpresa dos soldados, todas as as balas pararam e ficaram flutuando à sua frente.
Mas eles eram guerreiros prontos para reagir com presteza a qualquer situação.
- Calar baionetas!!!!! Corpo a corpo!

Eu quero uma guerra para lutar
Sem causa sem justiça sem deus
Eu quero uma história para contar
Sem amor sem protesto sem problemas meus

Os fuzileiros avançaram em direção aos vultos, mas assim que ultrapassaram as balas, o homem que as paralisara tremulou novamente e os projéteis retomaram seu voo, desta vez rumo aos corpos dos soldados então de frente para elas, crivando-se impiedosamente em sua carne. Mas os Estados Unidos preparam e armam bem seus guerreiros e, após alguns mórbidos instantes, alguns movimentos surgiram em meio à massa e alguns dos soldados, cujas armaduras haviam resistido ao impacto, se levantaram para retomar o ataque.
- Tem alguma coisa se movendo no teto!
Para a maioria deles, tudo que foi possível ver foi uma forma peluda e octópode saltando e obscurecendo sua visão. 
E depois mais nada.

Eu insisto em respirar
Meu coração insiste em bater
Vida é tão pouco, apenas água e ar
Meu sangue e meus pulmões
Em sua longa estrada rumo a morrer

A terceira leva tentou segurar os atacantes, mas um dos invasores ativou um dispositivo e, para horror dos não atingidos, vários fuzileiros viram seus troncos e suas cabeças transformarem-se no que parecia ser sorvete de casquinha, seus gritos de terror abafados pela falta de boca enquanto seus últimos resquícios de personalidade derretiam-se na massa gelada em que seus cérebros haviam se tornado.
Outro grupo de soldados chegou atirando, mas outro vulto disparou seus raios envolvendo-os numa grossa capa de frio e transparente gelo, imobilizando-os e amortecendo-os numa lenta e dolorosa morte. Os invasores atravessaram a floresta de fuzileiros congelados quebrando-os apenas por diversão - o congelamento quase instantâneo não dera tempo para que o interior de seus corpos se solidificasse, fazendo com que o sangue jorrasse copiosamente, lembrando as descrições mouras sobre o massacre após a tomada de Jerusalém, quando o mar de sangue nas ruas atingira os tornozelos.
- Acabou?
- Parece que sim.
- Isto é o melhor que a maior superpotência do planeta pode nos oferecer? Sequer tive a  oportunidade de me exercitar.
- Perfeito. Quanto antes sairmos daqui, melhor.
- Você está com medo?
- Nem mesmo nós temos como resistir a um ataque com mísseis.
- Quer apostar?
Uma voz elevou-se acima da conversa.
- Não hoje. 
Os dois homens pararam de conversar.
- Adiante.
Os dois homens menearam suas cabeças e seguiram adiante. Bastou uma porta derrubada para os deixar frente a frente com seu objetivo.
Um maço de papéis nas mãos de um velho guerreiro, prestes a serem jogados num triturador de papéis.
A mesma voz que se impusera aos dois homens cortou o ambiente como uma faca na água.
- Você sabe que nunca vai conseguir destruí-los a tempo.
- Apaguei todos os arquivos, mas levei muito tempo para tirar esses projetos do cofre.
- Nem tente.
- O que tenho a perder? Vocês vão poupar minha vida depois do que fizeram a toda a guarnição? 
- Pelo que vejo, nem todos os generais são tão estúpidos como parecem.
- E vocês são os espertos? Vejam o que deixaram que fizessem com vocês. Vocês eram homens, por Deus! Agora são pouco mais do que este triturador... uma máquina cega de destruição obliterando tudo que se interponha em seu caminho. É isso que chamam de vida?
- Como diz um famoso cantor de rock de sua terra, general... dê-me uma guerra para lutar, sem justiça, sem causa, sem deus. 
- Guerras não são para ser lutadas. São para serem vencidas.
- E é o que vamos fazer.
- Veremos.
Os dedos do general se abriram apenas alguns milímetros antes que ele sentisse todas as terminações nervosas extremamente sensíveis de sua mão se sobrecarregarem com o frio absoluto que as envolveu, juntamente com o maço de papéis.
O general cerrou os dentes. Ele não lhes daria o prazer de vê-lo gritar.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Boa noite! Boa noite para todos! Adorei vocês!!! Obrigado! Obrigado! Obrigado a todos!

Ao sangue se juntava o vômito dos reforços caminhando sobre os fuzileiros mutilados e retalhados deixando um cheiro azedo e nauseante nos corredores. 
Obviamente eles haviam chegado tarde demais.
O comandante observava os restos do general na sala de Estado-Maior.
- Eles guardaram o melhor para ele...
Um agente manipulando os teclados virou-se:
- Ele conseguiu apagar os arquivos, senhor!
- Infelizmente não foi o suficiente. Eles levaram os projetos...
- Ainda não temos confirmação.
- O cofre está aberto e não há sinal de papéis destruídos. Eu posso somar dois mais dois.
- Senhor, consegui recuperar as imagens das câmeras de segurança.
- Vamos ver o que aconteceu aqui...
O agente ativou os vídeos e as imagens do ataque surgiram nos monitores. A expressão dos homens assistindo-as foi se tornando cada vez mais e mais um esgar até que o encanecido comandante, insensibilizado por anos de operações secretas de duvidosa ética, desviou o olhar:
- Não posso ver isso. É demais.
- Mas como..? Como eles conseguem esses... esses poderes?
- Parece que alguém estava mais adiantado em seu projeto do que nós.
- Mas... não parece com o nosso projeto... Um androide humanoide de combate... eles parecem ser homens...
- Estas criaturas não são mais homens. E tenho dúvidas se algum dia foram. O que fizeram foi... não tenho vocabulário suficiente para descrever...
- E agora eles estão de posse dos planos do nosso androide humanoide macrodimensionado autônomo de combate...
- O projeto Frankenstein Jr... nas mãos dessas criaturas... Deus nos ajude... Deus nos ajude...
O comandante saiu cabisbaixo da sala. Um agente de campo fortemente armado entrou na sala, curioso com as figuras se movimentando nas telas. Bastaram apenas alguns instantes para deixá-lo aterrorizado e boquiaberto.
- Pelo bom Deus... eu estava frustrado por termos chegado tarde, mas agora acho que estou aliviado...
- Você não acha que dá para encarar esses sujeitos?
O agente de campo observou as imagens da criatura peluda sugando as vísceras de um fuzileiro, liquefeitas graças à peçonha injetada apenas alguns momentos antes.
- Não.
- E você não acha que dá pra arrumar alguém que possa encarar eles?
- Impossível.


A moto de McCoy corria solitária pela estrada deserta. Festas, entourage, groupies, nada se comparava à sensação de satisfeita solidão correndo livremente pela noite.
Até que subitamente, ao fazer uma curva, uma luz, uma bizarra luz que parecia flutuar sobre a estrada avançou sobre ele a uma velocidade fulminante.
- Impossível.
Foi seu último pensamento consciente por um longo tempo.





O Urublog orgulhosamente apresenta...

OS IMPOSSÍVEIS!

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