maio 24, 2006

História da Copa do Mundo - Capítulo IX - Surge o Futebol-Força e a Inglaterra leva a Copa de 1966

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A EVOLUÇÃO TÁTICA: A ERA DO FUTEBOL-FORÇA

No final dos anos 50 e início dos 60, as coisas pareciam feias para o tradicional futebol europeu. Desde a retomada das competições internacionais, depois da II Guerra, o mundo do futebol tinha sido dominado por duas nações "de fora" - Hungria e Brasil. O reinado de 30 anos do WM estava acabando. Era um sistema que valorizava as virtudes tradicionais da escola clássica do Velho Mundo: disciplina para permanecer em seu posto, treinamento para tornar a jogada roubar bola-lançar ponta-cruzar-chutar a mais rápida e objetiva possível e determinação para vencer os embates homem-a-homem em cada um desses passos. Os húngaros e depois os brasileiros saíram atropelando todo mundo que passou pela frente com sistemas de jogo de alta mobilidade, passes curtos, improvisação e "aproximação indireta" - ou seja, rodar a bola procurando o caminho mais curto, ao invés de rumar direto para a meta adversária.
Todos sabiam que a vitória alemã na Copa de 1954 tinha sido um acidente. Era preciso se adaptar aos novos tempos. Mas os jogadores disponíveis aos treinadores das antigas grandes potências simplesmente não se prestavam para o estilo indireto e criativo do 4-2-4 voltado para o ataque. Alguém precisava criar um novo sistema de jogo que aproveitasse as melhores características européias clássicas: velocidade, objetividade e determinação.
Nessa época o ex-competidor olímpico de pentatlo, o belga Raoul Mollet, estudioso do esporte, começava a lançar seus livros e sistemas de treinamento intensivo. Mollet dava uma ênfase inédita à musculação, a "malhação". Embora pregasse que o competidor de qualquer modalidade deveria se apoiar num tripé de técnica-força física-equilíbrio psicológico, o que realmente ficou de revolucionário de suas idéias foi justamente a preponderância da força física na preparação do atleta. Com mais potência muscular todas as suas capacidades aumentariam. Mollet é o "pai" das estrelas esportivas supermusculosas de hoje, até em redutos tradicionalmente de sujeitos magros e esguios.
Obviamente Mollet voltou também seus olhos para o esporte mais popular do mundo, o futebol. "Estou absolutamente convencido de que craques como Di Stefano, Puskas e Stanley Matthews podem ser anulados por quem esteja preparado para correr o dobro: adversários capazes de fazer do futebol um jogo em que a luta pela bola e pelos espaços do campo dependa fundamentalmente do fôlego apurado. Cuidando mais do aspecto físico, o atleta menos talentoso poderá superar oponentes mais brilhantes".
Em 1963, os brasileiros bicampeões mundiais de futebol perderiam para a Bélgica por 5 x 1. Subitamente o mundo começou a se interessar pelas idéias daquele coronel belga.
Alf Ramsey, técnico da seleção inglesa, foi um dos primeiros. Como todo mundo na época, ele tentava adotar com seu time o 4-2-4 do Brasil. Mas na preparação para a Copa de 1966 ele percebeu que, depois que Stanley Matthews pendurara as chuteiras, e com o fim do WM, um sujeito que ficava parado na lateral do ataque o tempo todo, sem participar da ação durante a maior parte do tempo, era um completo contra-senso. "Procurei pontas para meu time, mas não encontrei nenhum que me satisfizesse", declararia ele depois.
Em vez de escalar os pontas, o que Ramsey fez? Pôs mais dois apoiadores no seu time e criou o 4-4-2, o mais difundido estilo de jogo até hoje. No 4-2-4 brasileiro, os apoiadores eram de longe os maiores sacrificados, pois precisavam defender e atacar sem parar, indo de uma área a outra o tempo todo. E enquanto isso ficavam aqueles caras ali parados na lateral esperando a bola... A conclusão lógica era que esses sujeitos deveriam era ajudar lá na meia-cancha e, quando desse, partir para o ataque, como faziam os outros dois lá do meio-campo.
E assim foi feito. O 4-4-2 era considerado um esquema defensivista e retranqueiro, já que só tinha 2 atacantes, mas provou-se extremamente flexível e adaptável: os 4 da meia-cancha podem ser dispostos em diversas formações, escolhidos entre as 3 categorias básicas do jogador desse setor: o cabeça-de-área, mais defensivo; o volante, que ajuda na marcação e na armação, articulando o time; e o ponta-de-lança, que faz a ligação com o ataque.

FIGURA 20

Com mais gente para roubar a bola no meio e todos eles com imenso vigor e força física, estava criado o estilo que iria demolir os brasileiros em 1966. Mas o Mundial da Inglaterra ainda era apenas o começo dessa nova época. Os jogadores europeus tinham o vício de roubar a bola e, com seu fantástico fôlego e disposição, sair correndo com ela até a meta adversária. É daí que vem o ditado de "quem tem que correr é a bola, não o jogador", difundido pelos defensores do que a partir de então ficou conhecido como "futebol-arte", com muito mais ênfase na técnica. Na verdade, a filosofia de Mollet não se contrapunha à habilidade, muito pelo contrário, como os holandeses demonstraram com seu incansável rodízio na Copa de 1974, criando a síntese dos dois estilos, que ficou adequadamente conhecida como "Futebol Total" e que ninguém conseguiria repetir sem Cruyff.
E enquanto na Inglaterra se criava o 4-4-2, na Itália difundia-se o estilo que domina a Azzurra até hoje: o catenaccio com líbero.
Em 1947, a Liga Italiana era bastante desequilibrada. Os times mais ricos dominavam-na completamente. Então subitamente a desconhecida Triestina chegou em segundo, apresentando um sistema de jogo defensivo inspirado no ferrolho suíço. Notando seu sucesso, as outras equipes começaram a imitá-lo e por volta de 1960, o brilhante técnico argentino Helenio Herrera levou-o à perfeição, dirigindo o Milan e vencendo 2 vezes a Liga dos Campeões empilhando 1 x 0 sobre 1 x 0, num tempo em que as finais de Copa do Mundo acabavam em 3 x 2 e 5 x 2.
Catenaccio em italiano quer dizer "tranca" e, como o nome diz, é inspirado pelo ferrolho suíço. Só que sem a mobilidade daquele esquema. Os suíços introduziram um centromédio que, quando eram atacados, recuava para trás dos zagueiros cobrindo seus erros. Como ele ficava livre lá atrás, ficou conhecido como "líbero".
Os italianos simplesmente fixaram o líbero atrás da defesa. Ele não avançaria para apoiar o ataque. Tampouco os outros zagueiros ou o meio-campo. Cada um dos beques marcava um atacante adversário, os apoiadores tinham grande preocupação em marcar e a ligação para o ataque se dava em lançamentos longos diretos lá de trás, em velozes contra-ataques.

FIGURA 21

Com a difusão do 4-2-4 e seus 4 atacantes, o catenaccio evoluiu de um "1-3-3-3" para um "1-4-3-2" e continuou assim mesmo depois que todo mundo passou a jogar com só 3 ou 2 na frente.
O catenaccio é que transformou o campeonato italiano numa coleção de 0 x 0 e 1 x 0 até os anos 90. Com a vitória da Itália sobre o supertime do Brasil em 1982, essa filosofia de jogo se espalhou pelo mundo inteiro, culminando na grotesca Copa de 1990. Poucos jogadores conseguiram explorar o potencial do líbero para armar o time e articular, já que na verdade, não tinha nenhuma tarefa ou posição fixas. Beckenbauer, em 1974, mostrou o que alguém da posição poderia fazer, mas poucos seguiram seu exemplo. A maior parte dos treinadores ainda pensava em Raoul Mollet e dava preferência a atletas como Gentile, estupendos marcadores sem muito talento na armação.
O próprio Brasil adotou um estilo variante em 1990 e mesmo em 2002, quando o defensivismo inerente do esquema foi suplantado pelo imenso talento dos laterais e atacantes.

A COPA DE 1966

Em 1964 o presidente brasileiro João "Jango" Goulart foi deposto pelos militares. Começava uma ditadura que iria durar 20 anos. E, como Mussolini, Hitler e o governo comunista húngaro já haviam demonstrado, futebol era um maravilhoso instrumento de propaganda.
Paulo Machado de Carvalho, o chefe da delegação na campanha do bi, havia se desentendido com João Havelange e saído. Quem voltou foi Feola, com problemas de saúde e pouca energia. Assim, a preparação brasileira, tão meticulosa nas duas Copas anteriores, foi muito menos organizada. Perturbada por pressões de dirigentes de clubes e políticos, foram convocados 47 atletas, divididos em 4 equipes: vermelha, branca, azul e verde. Mas nenhuma delas era a titular: os jogadores foram distribuídos um tanto aleatoriamente, embora todo mundo brigasse para ficar no mesmo time que Pelé, titular indiscutível.
Com toda essa confusão, o Brasil chegou à Copa sem ter uma equipe definida. Os bicampeões mundiais que não haviam parado de jogar tinham mais de 30 anos. Os futuros campeões de 1970 estavam em começo de carreira e sujeitos à pressão de substituírem aquela geração de ouro. Assim os brasileiros entraram em campo com meio time com idade para jogar futebol masters - Garrincha, Bellini, Djalma Santos, Zito, Gilmar - e a outra metade com idade para disputar sub-23: Jairzinho, Denílson, Lima, Alcindo. Havia até os sub-20, como Tostão e Edu, que foi o mais jovem jogador brasileiro a jogar numa Copa, superando Pelé. Ele tinha 16 anos.
Uma geração era velha demais para correr. A outra era nova demais para ter força física. E, na Copa do futebol-força preconizado por Raoul Mollet, foram presas fáceis para os europeus. Ainda mais insistindo em jogar com pontas e apenas dois no meio-campo. O Brasil afundaria física e taticamente na Copa da Inglaterra e a técnica de seus jogadores não adiantaria muito.
A estréia, como em 1958 e 1962, foi uma vitória medíocre. Os astros da companhia, Pelé e Garrincha, fizeram 2 x 0 sobre a Bulgária em cobranças de falta. Foi a última vez que eles jogaram juntos. O Brasil nunca perdeu um jogo com os dois em campo. A seleção búlgara era muito fraca, mas mostrou aos brasileiros o que eles teriam pela frente: sua marcação duríssima sobre o Rei o tirou do segundo jogo.
Garrincha perdeu pela primeira vez em 55 jogos com a seleção na derrota de 3 x 1 para a Hungria. Os húngaros encurralaram o Brasil na defesa e o placar saiu barato para os brasileiros. Tostão e Gérson estrearam mal em Copas. Coincidentemente, a última derrota brasileira em Mundiais fora para... a Hungria, em 1954, 14 jogos atrás!
E voltaram os fantasmas daquele jogo e da final de 1950. Alguns jogadores não tinham "espírito de seleção". Garrincha foi sacado do time. Tostão e Gérson também. Ao todo foram trocados nove jogadores! Pelé voltou mesmo fora de condições. E pela frente tinham o melhor atacante europeu dos anos 60. O africano Eusébio.
Sim, porque naquela época Moçambique ainda fazia parte do completamente anacrônico Império Português. Aquele mesmo do qual o Brasil fazia parte! Assim o africano Eusébio acabou na seleção portuguesa, que fez três na Hungria na estréia, três na Bulgária na segunda rodada e três no Brasil.
Pelé foi marcado com violência e passou o final do jogo só fazendo número. Aquele seria o último ano sem substituições em jogos oficiais no futebol. A regra 3 seria mudada em 1967. Mas, mesmo antes de ficar virtualmente com 10 em campo, os brasileiros já tinham sido atropelados: precisando vencer, em meia hora estavam perdendo de 2 x 0. A seleção levou um banho de bola e voltou para casa. Não seria em 1966 que os brasileiros conquistariam a Jules Rimet.
E nem a Itália. Perdendo da URSS e da maior surpresa da Copa, a Coréia, os italianos também saíram na primeira fase. Dos bicampeões só o Uruguai do grande Pedro Rocha prosseguiu, classificando-se em seu grupo atrás dos anfitriães ingleses. Os uruguaios cairiam de quatro nas quartas-de-final, uma derrota e uma aliteração.
Já a Inglaterra teve um jogo catimbado contra os argentinos. Um engraçadinho já disse que juiz que apita jogo da Argentina merece ganhar adicional de insalubridade. Rattin, o capitão portenho, foi expulso e assoou o nariz na bandeirinha de córner - que nas ilhas britânicas reproduzem a bandeira nacional. Começava em 1966 a história de uma das maiores rivalidades em Copas. Os ingleses venceram por 1 x 0.
Os portugueses entraram para as quartas contra a Coréia do Norte. Não levaram o jogo a sério. Mal foi dada a saída os coreanos fizeram 1 x 0. Aos 21 e 22 aumentaram. Depois de eliminar a Itália, eles faziam 3 x 0 na então poderosa seleção portuguesa! Mas os portugueses abriram os olhos e aí o jogo acabou. Cinco minutos depois Eusébio começou a jogar, marcando o primeiro gol afro-lusitano. Ele marcaria mais três vezes. Torres completaria a espantosa virada para 5 x 3 aos 33 do segundo tempo.
Mas o descuido dos primeiros vinte minutos cobraria sua conta. Exaustos pela correria necessária para a virada, os portugueses jogaram uma partida irreconhecível contra os britânicos e perderam de 2 x 1. Na outra semifinal, URSS x Alemanha fizeram outro jogo violento. Os soviéticos perderam um jogador por expulsão e outro por contusão. Com apenas 9 em campo não conseguiram evitar a derrota por 2 x 1. Na decisão do terceiro lugar eles perderiam por 2 x 1 para Portugal, na última partida de de Yashin e Eusébio em Mundiais.
E a final veria nascer a maior polêmica na história das Copas. Os alemães perdiam por 2 x 1 até os 44 do segundo tempo, quando empataram em uma confusão na área. O jogo foi para a prorrogação. Aos 9 minutos do tempo extra Hurst chutou uma bomba que bateu no travessão, quicou no chão e voltou para a área. O juiz deu o gol. Os ingleses juram que entrou. Os alemães que não. Pegue um vídeo na sua locadora e decida você mesmo.
O Brasil mostrou o caminho do jogo contemporâneo com o 4-2-4. Os ingleses o formatavam definitivamente ao dispensar os pontas, como a Hungria de Puskas, e jogar com quatro no meio-campo. Obcecados com o "verdadeiro futebol brasileiro" insistiríamos com os ponteiros até o meio dos anos 80. Não por coincidência essa época marcou uma fase sem conquistas para a seleção. A última grande conquista viria com o tricampeonato de 1970. Não havia extremas naquele time.

EUSÉBIO

Em 1961, em Portugal numa escala de volta de uma excursão à África, o treinador Bauer, do São Paulo, ex-centromédio brasileiro da Copa de 1950, conversou com seu antecessor Bella Guttman, então no Benfica, sobre um jogador que viu no Sporting Lourenço Marques, em Moçambique. O húngaro foi conferir, gostou do que viu e o atacante de 19 anos foi contratado e ficaria famoso justamente como carrasco do Brasil em 1950.
Eusébio nasceu em 1942, em Moçambique, que na época ainda era colônia de Portugal, em pleno século XX. Coisas do salazarismo (procure numa enciclopédia). Assim sendo era cidadão português. Em 1961 estreou no Benfica. Numa de suas muitas excursões, o Santos de Pelé perderia de 3 x 0 para o time lusitano. Três gols de Eusébio. O time português foi bicampeão europeu (e em 1962 perderia a decisão do Mundial interclubes para Pelé & cia.), vice em 1963 e a seleção portuguesa subitamente passou a figurar entre as grandes da Europa.
Em 1965 Eusébio foi escolhido jogador europeu do ano. Ele era muito, muito rápido. Para dizer a verdade, ele era campeão português juvenil nos 100, 200 e 400 metros rasos. Ciscava e cortava bem em velocidade e tinha um pé direito poderoso e preciso. Um "ataque-de-um-homem-só", como bem definiu a imprensa inglesa.
E realmente bastou ele para eliminar o bicampeão mundial Brasil na Copa de 1966. Também foi ele quem marcou 4 gols da vitória portuguesa sobre a Coréia, depois de começar perdendo por 3 x 0. O esforço desse jogo refletiu-se na partida seguinte, quando perderam para os anfitriães, os ingleses, terminando em terceiro. Mas a carreira de Eusébio estava longe de terminar. Em 1968 e 1973 foi o maior goleador da Europa. Em 1972 visitou o Brasil e até atacou de ator num programa humorístico. Em 715 jogos do campeonato português ele marcou 727 gols, mais de um por partida!!!!
Infelizmente a seleção portuguesa não conseguiu alinhar um bom time a seu lado depois de 1966 e não se classificou para as Copas de 1970 e 1974. Eusébio se despediu do time nacional num 2 x 2 contra a Bulgária pelas eliminatórias em 1973. Saindo do Benfica em 1975, até 1978 Eusébio jogaria por times menores portugueses e nos campeonatos americano e mexicano, cujos títulos conquistaria (ambos em 1976).
Em 1978 seu joelho encerrou sua carreira. Curte uma boa aposentadoria e é o grande ídolo do futebol lusitano, continuando até hoje influente na seleção local. Ao lado de Pelé é o único artilheiro que marcou comprovadamente mais de mil gols oficiais, com 1.137 tentos assinalados.

SIR BOBBY CHARLTON

Ele não era um gênio. Não tinha a explosão de Eusébio. Mas sabia como roubar a bola, como mantê-la, era um lançador soberbo e concluía bem com os dois pés. E foi o melhor jogador da grande era inglesa.
Bobby Charlton nasceu em 1937. Jogando pelo time de seu colégio foi descoberto pelo olheiro do Manchester United. Em 1956 já era profissional. Em sua estréia marcou 2 dos gols da vitória de 4 x 2 sobre o Charlton Athletic (nenhum parentesco).
Em 1958 um avião com o time do Manchester caiu sobre Munique. Nove jogadores morreram. Bobby saiu ileso. Boa parte da seriedade com que encarou o futebol tem suas raízes nesse trauma. Naquela Copa o garoto ganhou uma vaga na delegação britânica, que precisava preencher tantas vagas que haviam ficado em aberto. Ele nem chegou a jogar e a Inglaterra saiu na primeira fase, mesmo depois de ser o único adversário que o Brasil não derrotou.
Em 1962 a Inglaterra estava melhor e menos traumatizada. Passou a ter um certo trauma de Garrincha, é verdade, depois que o anjo de pernas tortas acabou com o jogo. Eles saíram nas quartas, mas em 1966 jogariam em casa.
E foi essa Copa que fez a fama de Bobby. Bobby Moore era a alma daquela seleção, mas o cérebro era Charlton. De seus pés saíram os gols que eliminaram a sensação Portugal na semi-final. De sua atuação na semi-final, disse Beckenbauer: "A Inglaterra nos bateu porque Bobby Charlton foi um pouco melhor do que eu hoje". Bastou isso.
Bobby Charlton foi eleito o jogador europeu do ano em 1966. Ganhou a Liga dos Campeões em 1968 e vários títulos e Copas nacionais. Mesmo assim sempre se manteve modesto, sério e concentrado. Em 1970 jogou seu quarto mundial, mas nas quartas-de-final Beckenbauer foi um pouco melhor do que ele e os campeões foram eliminados depois de um emocionante 3 x 2. Foi o último jogo de Bobby pela seleção inglesa.
Bobby Charlton pendurou as chuteiras em 1973 e atualmente é gerente do Manchester United e respeitado comentarista esportivo. Em 1994 ele foi sagrado Cavaleiro do Império Britânico, ganhando o título de "sir".