agosto 05, 2008

Em 2050 a Morte Terá Acabado

É o que diz um artiguinho no InfoEtc. de segunda. Puxa, podia ser uns trinta ou pelo menos vinte anos antes...

Mas, lendo o artigo mais um pouco, vê-se que a idéia não é a imortalidade, mas sim baixar o conteúdo da mente de uma pessoa prum outro computador. Como é tradição na história em quadrinhos. Mas, na vida real, qual a vantagem? A minha consciência vai continuar no corpo que vai morrer. Se for baixada prum computador, não será nem ao menos parecida com algo humano, sem os hormônios, as sensações e os desejos do corpo físico. Quanto tempo pra OUTRA consciência, gêmea da minha (se é que a consciência realmente vai se formar quando derem o boot na máquina que fez o download) dissolver-se num tédio árido? E, se for prum corpo, clonado por exemplo, vai continuar não sendo eu, apenas alguém com as minhas memórias, talvez minha consciência, mas ainda distinto de mim.

Os animais de sangue frio não envelhecem, por isso que se contam por aí histórias de tartarugas ou iguanas de centenas de anos de idade. Eles nunca param de crescer, vão ficando maiores e mais fortes com a idade. A morte teoricamente não é uma NECESSIDADE, mas EVENTUAL. Na prática ela acaba sempre chegando na forma de doenças de tanto lixo que vai se juntando no organismo (por isso que gordos, que guardam mais detritos no corpo, são menos saudáveis), de acidentes ou de predadores. Mas os animais de sangue quente não têm essa moleza. Param de crescer a uma certa idade e vão se tornando cada vez mais fracos e incapazes com o tempo. O que seria de nós, humanos, se a morte estivesse ao fim de qualquer maneira, mas sem um prazo de validade definido?

Mas nós temos um prazo de validade definido e é isso que nos define. Aquele cientista, esqueci o nome agora, Richard alguma coisa, que escreveu um livro veementemente contra a idéia de Deus e Religião, conta como a grande superioridade da ciência o aumento da expectativa de vida. Viver dez, vinte anos a mais, num corpo em decadência não é tão grande vantagem assim. Sobre expectativa de vida, o que importa, o que sempre realmente importou, não é a quantidade, mas a qualidade. Não interessa adiarmos nossa partida daqui cinco ou dez anos, o que interessa é irmos em paz. Neste ponto a religião ainda leva vantagem, apesar de todos os monstruosos erros da religião organizada. Mas, quem sabe se conseguirem desligar o mecanismo que faz nossos corpos pararem de crescer? Ou aperfeiçoarem o congelamento?

Até lá vou continuar tentando descobrir como expandir minha consciência e entrar em contacto com o Todo.

Sem comentários: