junho 16, 2008

Desvendando Clichês I

"Eu não sei por que o homem sempre se preocupa se a mulher dele está transando com outro, quando a mulher se preocupa se o carinha dela se apaixona por outra".

Não aabe? Ora, é tão óbvio! Devido ao arranjo cultural da raça humana, as famílias são normalmente formadas por núcleos monogâmicos patriarcais. Assim a mulher irá deitar-se somente com ele e somente dele ter filhos; ele envidará todos os seus esforços na criação da prole dela, investindo toda sua vida e energia nisso. Um bom arranjo para preservar o código genético de ambos, o mais perto da imortalidade que se pode conseguir neste vale de sombras e lágrimas. Basicamente, a mulher entra com o útero e o sujeito com seus músculos mais fortes.

No entanto, se outro sujeito tem acesso a este útero, o vivente corneado estará correndo o risco de estar gastando sua preciosa energia vital para garantir a sobrevivência de outros genes. Logo, a paranóia do cara é que a mulher dele comece a liberar a perseguida pro vizinho e destrua a linhagem dele.

Já no caso da mulher, os filhos que o sujeito gerar com outras não lhe importam muito. Gerar crianças é com ela mesma. O risco que ela não quer correr é de perder o provedor de sustento. Se aquela musculatura mais forte e potente largar o barco e se enrabichar definitivamente com outra, ela terá que contar apenas consigo mesma para criar a prole. É por isso que a paranóia da moça é que ele se apaixone por outra.

É claro que hoje em dia na nossa sociedade de consumo com mulheres com direitos iguais, embriões congelados e fertilização in vitro a coisa não funciona exatamente assim. Mas na base de seu poderoso neo-córtex cerebral, sobrevivem o complexo R e desjos sombrios que fazem a glória dos psiquiatras e neurologistas. A base dessas instituições culturais tem origem biológica e exatamente por isso é preciso muito esforço de raciocínio . Sem contar que as mudanças comportamentais urbanas são muito recentes - o trabalho da mulher começou timidamente com a I Guerra Mundial, há apenas três ou quatro gerações, contra as milhares anteriores que viveram a realidade de seus instintos selvagens.

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