janeiro 07, 2011

Um Celular que é um Computador, que é um Celular, que é um Computador...


A Motorola lançou esta semana seu novo celular top de linha, o Atrix. Com tela de quatro polegadas, resolução de 960 x 540, um processador de dois núcleos, cada um correndo a 1 gigaherz, e ainda 16 gigas de memória interna (expansível via SD a 48 gb), a engenhoca tem especificações mais afeitas a um computador do que a um telefone...


Então, exatamente por isso, pra não desperdiçar todo esse poder de processamento numa telinha minúscula, a Moto lançou também acessórios pra transformar seu telefone NUM COMPUTADOR DE MESA: com a estação de docagem acima, você encaixa a geringonça e passa a ter três portas USB e uma HDMI, mais do que suficiente pra ligar monitor, mouse e teclado - esses dois opcionais, já que você pode usar o teclado físico do próprio aparelho e o display touchscreen dele como um touchpad.


Pode ficar feio, mas se você tem computador em casa só pra editar texto, brincar de multimídia e acessar a internet, de repente pode até dispensar um desktop. Ou pode usar como a segunda máquina da residência.


Não achou prático? E que tal então usá-lo como um laptop? Pois é só encaixar na fenda atrás da tela na foto acima pro seu celular virar um confortável computador portátil com tela de 11,6 polegadas (quatro centímetros a mais do que um iPad). Segundo as resenhas lá de fora, o teclado chiclete é bastante confortável. A grande vantagem é que esse notebook é mais leve e fino - e, portanto mais fácil de carregar - do que os normais, já que não tem nenhum complicado circuito interno, só os das teclas e do touchpad.

É claro que qualquer trabalho pesado envolvendo edição de vídeo, retoque de fotos, planilhas, diagnósticos, CAD e tarefas do tipo vão exigir máquinas mais robustas do que as movidas a celular, mas as estações de docagens dão uma ótima solução pra simplificar a vida de um sujeito que precisa levar seus arquivos e programas de um lado pro outro e ficar sincronizando o tempo inteiro. Com o laptop reduzido apenas a um teclado e um monitor, também economiza em peso ao carregar suas ferramentas de produtividade por aí.

Resta saber o preço desses gadgets. As empresas têm uma péssima mania de fazer esses adaptadores custarem quase o mesmo que aparelhos completos que desempenham as mesmas funções e muito mais, pelo menos desde os anos 70, 80, quando um toca-fitas de carro custava uma fortuna e tinha um som bom, mas era uma fortuna e, pra incentivar as pessoas a comprar um, foi lançada uma estação de docagem com alto falantes pra serem usados em casa. Infelizmente o preço da aparelhagem de som começou a desabar exatemente nessa época, a doca era quase o preço de um bom 3 x 1, que tinha a vantagem de poder GRAVAR fitas K-7 (para a geração mais nova, era o MP3 gratuito da época).

Detalhe da estação de docagem do laptop

O custo de um netbook caiu assustadoramente desde que eles apareceram uns três anos atrás, ainda rodando Linux, e a tendência é continuar, com o barateamento de seu componente mais caro, as telas. Como sói acontecer em informática, tablets muito mais poderosos do que o iPad já estão sendo anunciados - o XOOM, por exemplo, pela própria Motorola - já mais baratos do que a revolucionária engenhoca da Apple. A não ser que essas docas venham realmente a um preço bem compensador, elas nunca deixarão de ser apenas ferramentas de marketing, com uma presença ínfima na vida real. As pessoas gostam de usar aparelhos dedicados pras suas necessidades, ainda mais quando envolvem trabalho.

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