maio 27, 2008

Metrô Linha 1-A

O magnífico saite sobre Rio Antigo, Foi um Rio que Passou, com esplêndidas explicações fornecendo o contexto das fotos e ilustrações, postou mês passado este pequeno artigo sobre a linha I-A. Segundo um amigo meu que trabalha com transportes, parece que o povo todo da área está reclamando, mas a imprensa não dá a mínima. Basicamente a linha 1-a relegará ao ostracismo obras já começadas de algumas estações, impossibilitará que os trens passem com os 90 segundos de intervalo previstos em seu projeto (ainda me lembro das placas, quando o metrô inaugurou meia dúzia de estações), explicando que o intervalo entre as composições era de cinco minutos, mas em breve seria de um minuto e meio) e diminuirá a capacidade da linha 2. O saite ainda aponta que a obra é perigosa, pois utilizará trilhos de manutenção planejados para lidar com locomotivas vazias a baixa velocidade e não com bólidos botando gente pelo ladrão. Enfim, para todos os detalhes, é melhor ler a matéria aí de baixo:

Essa LINHA 1-A é vendida como o fim da desagradável baldeação e a possibilidade de se ir da Pavuna até Botafogo sem trocar de trem, mas o preço é altíssimo! Enquanto isso o preço da passagem do Metrô de Buenos Aires, operado por alguns dos sócios da Metro-Rio é equivalente a 50 centavos de real.

Primeiramente vamos aos números: Esticando-se o aumento de prazo de concessão da Metrô-Rio até 2038, ela se compromete a investir nessas melhorias 1,5 bilhão de reais, ao longo desses 30 anos, o que pode até parecer muito, mas é pouco, muito pouco. Só a conclusão da Linha 2 até a Carioca está orçada em R$ 700 milhões. Essa nova linha seria composta de uma duplicação do ramal de acesso da Estação São Cristóvão até o Centro de Manutenção, e deste até a Linha 1 por outra linha, que se conecta ao sistema pouco antes da Estação Central.

No meio do caminho seria construída uma estação aérea chamada Rio Cidade Nova. É neste entroncamento com a Linha 1 que surgem os problemas - os primeiros relacionados com a segurança. A junção se dá por um túnel com 5º de inclinação e em curva, concebido para os trens o acessarem vindos da manutenção vazios, em baixa velocidade e poucas vezes ao dia. O que acontecerá com os trens cheios e a mais de 40 km/h, caso ele precise frear, ou mesmo por algum erro entre “mais quente” nessa curva, lotado?

Outro ponto é a operação dos AMV (Aparelho de Mudança de Via) no local, que são solicitados em intervalos de menos de 2 minutos hoje. Com o metrô em pleno tráfego será em intervalos de 45 segundos, das 6 da manhã até a meia-noite, e não poderão apresentar falhas, que no mínimo provocarão a paralisação de todo o sistema da cidade.

Outro ponto ainda no campo da operação é que não só toda a linha 2 como as pontas da Linha 1, da Central até a Saens Penna (ou Uruguai) e de Botafogo até Gal. Osório, jamais poderão ter os intervalos de 90 segundos planejados nos anos 70, pois no meio da Linha 1 estarão circulando os trens da Linha 2 de forma compartilhada, inviabilizando o aumento de velocidade em mais de 2/3 do sistema atual.

Também ficará inviabilizada uma futura junção da Linha 4 ou na planejada Estação Morro de São João, bem como numa anexa à Carioca. Ou seja a Linha 4 também ficará limitada.

A Linha 2 também jamais poderá operar em plena capacidade, pois suas plataformas foram planejadas para abrigar composições com até 8 carros, enquanto as da Linha 1 - onde seus trens circularão nessa Linha 1-A - só comportam por projeto até 6 carros.

Outro ponto delicado e intolerável será o abandono da parte inferior da Estação Estácio, bem como dos delicados túneis que cortam o Rio Comprido e toda a complicadíssima região da Praça da Bandeira, que custaram a preços aproximados de hoje mais de US$ 50 milhões - tudo isso seria jogado para escanteio e também toda a parte inferior da Estação Carioca (onde originariamente seria a baldeação com a linha 2), que ficaria como um monumento inacabado da falta de seriedade da construção e operação dos transportes de massa sobre trilhos no Brasil.

A SEAERJ, que reúne vários engenheiros e arquitetos que planejaram por décadas o sistema já se colocou contra, bem como inúmeros especialistas sérios como Fernando McDowel, e até mesmo engeiros da Rio-Trilhos (estatal que herdou o podre do Metrô carioca) já estão contra essa absurda idéia, que espantosamente está quase sendo posta em prática, contraditoriamente não vemos nada disso na grande imprensa, que está calada !!!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Você argumenta bem, porém não gosto como manipula informação para criar polêmica. Boa sorte com seu projeto, espero que consiga parte da audiência do "Fantástico".

Anónimo disse...

Fabio, você disse "porem não gosto como......", é incompativel seu argumento qdo o metrô não te pertence totalmente. Deveria ter dito não concordo....... Na hora da dor todos são iguais ediferente de você.