maio 04, 2008
Undead Ted
O Estação Botafogo e a Cinemateca do MAM estão desde o dia 1o. exibindo um festival de filmes fantásticos - nem todos fantásticos filmes, é claro - mas este curta aí em cima, que abriu para o inacreditável Zibhakhana, na sexta 2, é sensacional. O único gasto real do orçamento deve ter sido mesmo a maquiagem, e o resto, uma camerazinha digital e uma edição simples e rápida num PC... mas uma excelente idéia. O cinema inteiro gargalhou. É verdade que era um público formado principalmente por nerds, mas...
Também digno de nota foi o longa da noite, Zibhakhana, Estrada para o Inferno, o primeiro filme de terror gore do Paquistão, em que os espectadores tiveram o desprazer de conhecer O HOMEM DA BURCA! Com baixíssimo orçamento e uma história nada original, Omar Ali Khan, o diretor, formado em jornalismo e cinema nos EUA, consegue urdir uma fita trash consistente, inteligente e efetiva - levei Livia Rosa e minha prima nerd de 15 anos, aquela a quem apresentei "A Noite dos Mortos-Vivos", e as duas morreram de medo.
O filme conta a história de cinco jovens paquistaneses que driblam os pais para no fim de semana ir assistir à "banda de rock mais quente do Paquistão", numa van caindo as pedaços decorada com pinturas heavy metal (1). Aliás, a trilha sonora, com rock em urdu, estranhamento parecido com o RPB dos anos 80, mais lounge music indo-muçulmana, e sucessos locais, já é um achado por si só. A garotada americanizada e globalizada pega um atalho porque tem um povo protestando contra a poluição das águas da região e acaba dando de cara com toda a mitologia pop de terror ocidental - George Romero, Lucio Fulci, John Carpenter, Tobe Hooper são citados um por um enquanto os adolescentes são dizimados. Adolescentes, aliás, bem construídos apesar dos diálogos ruins. Mesmo a "garota popular", que em filmes ianques estaríamos torcendo para morrer logo, atrai nossa simpatia. E, sinceramente, o assassino canibal indestrutível ser o "Homem da Burca" é um achado. Assim como nas fitas de horror estadunidenses dos anos 70 grande parte de sua efetividade dependia do contraste e da desconfiança mútua entre a juventude citadina e o sertão caipira de então, o cenário belíndico do Paquistão se presta que é uma maravilha presse tipo de libreto... um dos personagens é perguntado se pretende voltar aos EUA, onde morou, e responde que seu país é muito interessante. Parte está na idade da pedra e parte é moderna e contemporânea.
O trailer do filme está aí abaixo. É pouquíssimo provável que isso algum dia estréie nos cinemas, mas com sorte talvez saia em vídeo. Eu dei nota 5 pra ele na saída da sessão (ele está na mostra competitiva e o público vota). Com sorte vai ter repercussão...
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1 comentário:
gostei do nome das produtoras: mondo macabro movies & bubonic films
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