novembro 01, 2008

Maximizando os Lucros

No começo do ano comprei um LG Shine. Com um mês de uso ele pifou. Já irritado com o fato de ter gasto uma grana num aparelho em tudo - menos design - inferior ao meu Nokia já com dois anos de idade, e mais ainda com sua durabilidade, fui consultar no manual onde ficava a assistência técnica. Em vez da tradicional lista de endereços, tudo que eu encontrei fui um número de telefone. A cobrar, é claro. Linha 0900.

Já puto da vida pela tentativa da LG de arrancar alguns trocados meus, mesmo eu devendo estar coberto pela garantia, fui consultar no saite deles o endereço de uma oficina. Porra nenhuma, só o maldito número de telefone outra vez. Pra manter minha coerência de me recusar a dar um mísero centavo que fosse praqueles putos, fui na Vivo perguntar o endereço do conserto.

O conserto durou trinta dias e provavelmente só não levou mais tempo porque ameacei recorrer ao Procon e usar o direito que tenho de receber um aparelho novo se o meu levar mais de um mês pra ser reparado durante a garantia. E é esse povo que tem que ser desregulamentado pra gerar riqueza mundial.



Pois bem, os filhos da puta que me trouxeram esta porra à cabeça foi que hoje fui comprar os ingressos pra ver o show do REM. Logo de cara cheguei no quiosque das Americanas e descobri que a taxa de "conveniência" era de 15%. Já foi de 7, mas depois subiu. Se não trabalhasse exclusivamente com cartões de crédito, talvez pudesse cobrar menos, mas tudo bem. A 200 reais por cabeça, gastei 60 pratas extras pela minha "conveniência". Mas que conveniência? Em vez das entradas, recebi uma notinha mixuruca impressa em papel térmico que seria um "voucher" pra trocar na bilheteria. Muito conveniente, pegar tíquetes na entrada de um megaespetáculo de arena.

Mas o pior não é isso. Pra receber a porra do voucher, ainda tive que assinar a notinha acima. Notem que aí diz que qualquer erro que aconteça é CULPA MINHA. Eu quase estou torcendo pra que haja algum erro só pra poder processar esses sujeitos. É mais ou menos como um assassino antes te fazer assinar um documento dizendo que qualquer morte que ocorra terá sido culpa minha - não vale merda nenhuma num tribunal, não precisa nem recorrer a PROCON.

Depois o Greenspan confessa que nunca esperou que o povo de Wall Street fosse abusar da desregulamentação. Pelo menos o Milton Friedman acreditava numa regulamentação através do poder dos tribunais e dos advogados (tá bem... mas pelo menos é menos ingênuo).

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