março 31, 2008

Televisões são Concessões Públicas

Este vídeo foi copiado do blogue do jornalista Luiz Azenha:

Quando o Chávez não renovou a concessão para uma rede de tevê (ou canal, tô meio por fora), a gritaria foi geral. No entanto, as emissoras, para receber a concessão, têm que se pautar por certas regras. No famigerado golpe que derrubou o coronel maluco da Venezuela, apenas para o presidente interino dissolver o congresso por tempo indeterminado e dizer que ia pensar quando seriam as próximas eleições (o que acabou trazendo o Chávez de volta dias depois), o canal oposicionista levou ao ar esta jóia de jornalismo: um âncora entrevistando os golpistas e fazendo questão que eles salientassem como a empresa tinha sido fundamental no movimento que tirou o tresloucado milico do poder.

É claro que aqui ninguém lembrou desse comportamento pouco ético daquela tevê, fomentando golpes ditatoriais contra sujeitos eleitos pelo voto popular. Na Europa os noticiários têm que repartir seus tempos entre os diversos partidos; nos EUA as redes não podem alcançar mais de uma certa percentagem do território nacional (tô por fora a quanto tá no momento, acho que é por volta de 45%). Ainda por cima tem os famosos canais estatais europeus, concorrendo com os privados na boa. Só aqui é que tudo é uma zona e ainda ficam falando que qualquer regulamentação é censura.

Para nós, cariocas, até que foi bom. É por este motivo que o modo carioca de ser ainda é o padrão cultural brasileiro, já que esta ex-capital federal e ex-cidade-estado com dinheiro pra gastar hoje em dia é só o centro administrativo de um estado que está chegando à classe média (depois que lá de Brasília começaram a pagar uns caraminguás pelo petróleo de Campos). Já foi mais hegemônico, é verdade. A concorrência da Bandeirantes nos anos 80 (quando o relativo sucesso de algumas novelas de Ivani Ribeiro e aquele sujeito que escrevia o Pantanal, esqueci o nome dele, que lançaram Fernanda Montenegro na tevê) e depois do SBT obrigou a Globo a apaulistar um pouco sua programação. Foi essa investida no Ibope por parte dos garoados que fez chegar até nós a (insuportável) música sertaneja (1), o Van der Ley Luxembourg, o Neto do Coríntians e afins (afins porque marcam o começo do fim para a supremacia carioca. Glup!)

(1)Sim, nós somos culpados pelo funk carioca e pelo pagode, mas este foi encampado também pelos paulistas.

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